Impactos dos cortes na educação nas universidades brasileiras

Impactos dos cortes na educação nas universidades brasileiras

Nessa edição do UFPA Debate discutimos sobre os impactos dos cortes na educação nas universidades brasileiras, abordando a questão a partir da perspectiva das categorias que compõem a comunidade acadêmica. Convidamos: William Mota, coordenador de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior (SINDTIFES-PA); Edivânia Alves, diretora geral adjunta da Associação de Docentes da UFPA (ADUFPA); e Lucas Paixão, do Diretório Central de Estudantes (DCE).

As instituições federais de ensino superior vêm lidando com um cenário de cortes de recursos, mas a situação não é recente.  A crise econômica no país e a aprovação, em 2016, da chamada “PEC do fim do mundo” afetaram diretamente as universidades. Essa medida congelou os gastos em áreas sociais, como educação e saúde por 20 anos como uma forma de superar o déficit da economia brasileira.

Já em 2019, as universidades federais passam por crises orçamentárias que dificultam a manutenção das instituições. Além dos cortes em bolsas de pesquisa, houve um contingenciamento de 42,27% das despesas do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, o que acaba prejudicando o planejamento anual das instituições, sobretudo o desenvolvimento de projetos de pesquisa.

Já nas despesas de capital que são repassadas diretamente pelo Ministério da Educação para manutenção das universidades e investimentos em equipamentos e obras, houve uma redução drástica. Os recursos nessa área chegaram a R$ 80 milhões em 2014 só na Universidade Federal do Pará. Com os cortes de verbas sucessivos, esse investimento diminuiu para cerca de R$ 9 milhões em 2019 com o risco desse valor ser contingenciado em 50% até o fim do ano caso não haja uma revisão desse orçamento por parte do MEC.

Nesse contexto, o Ministério da Educação apresentou em julho a proposta do “Future-se”. A medida tem o objetivo criar fundos de investimento privados para universidades federais e inserir Organizações Sociais na gestão dessas instituições, atuando desde a administração financeira até a gestão de ensino.

O “Future-se” é mais uma das ações do atual ministro da educação Abraham Weintraub que desagradou às comunidades universitárias e sociedades científicas. O ministro afirma que os recursos das universidades têm sido destinados a manter uma agenda ideológica. Além disso, ele causou polêmica por determinar o corte no orçamento com a justificativa de que os campi estariam promovendo “balburdia” e não ensino e pesquisa.

A UFPA, assim como outras 24 instituições decidiram rejeitar o programa, pois entendem que é um ataque direto à autonomia das universidades e fere o artigo 207 da Constituição Federal. Para entender mais sobre as repercussões que essas e outras medidas tem sobre o cotidiano e o futuro das universidades brasileiras, sintonize aqui na Rádio Web UFPA.

Apresentação: Fabricio Queiroz
Produção e roteiro: Gabriel Souza
Gravação e Montagem: João Nilo
Supervisão e edição: Fabricio Queiroz e Elissandra Batista
Foto: Alexandre de Moraes / Ascom UFPA

O UFPA Debate vai ao ar segunda-feira, às 10h e 21h.
Horários alternativos: Quarta-feira, às 19h; e sábado, às 11h.

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