Combate ao feminicídio

Feminicídio: crimes que matam mulheres pela violência familiar e doméstica ou por menosprezo e pela discriminação à condição de gênero é o tema em discussão nesta edição do UFPA Debate. No Brasil, a Lei nº 13.104 foi sancionada em 09 de março de 2015 e modificou o Código Penal para enquadrar essa forma de violência como crime hediondo.

Os números de casos de feminicídio crescem a cada dia, de acordo com o Mapa da violência, a cada 45 minutos, uma mulher morre de forma violenta no país. E esses dados pioram na esfera estadual. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, nos últimos dois anos, os assassinatos de mulheres aumentaram cerca de 80% no Pará. E para discutir sobre Feminicídio: crimes que matam mulheres, o UFPA Debate convidou:

Vivi Reis, Fisioterapeuta, integrante do movimento nacional de Juventude Juntos, do coletivo feminista Juntas e da Rede de Emancipação Popular. Nathália Kahwage, Mestra em Ciências da Comunicação pela Universidade Federal do Pará. É jornalista, repórter especial e apresentadora na TV Liberal, com experiência na cobertura jornalística e pesquisa acadêmica de temáticas relacionadas as questões de gênero. Franklin Lobato Prado, titular do cargo de 3º Promotor de Justiça de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Coordenador do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Núcleo Mulher). E Amayna Cunha, é concluinte do curso de Direito pela UFPA, faz parte da Clínica de atenção à violência (projeto que atende pessoas em situação de violência, em especial grupos vulneráveis como mulheres, LGBTs, idosos) e também participa do grupo de estudo e pesquisa de Direito Penal e Democracia, que é coordenado pela Profª Dra. Luanna Tomaz.

De acordo com o promotor Franklin Lobato Prado, para combater os casos de feminicídio: crimes que matam mulheres é necessário trabalhar em dois pilares. O primeiro pilar é o homem, para que ele possa parar com essa cultura machista de pensar que ele tem propriedade sobre o corpo da mulher. O segundo, é trabalhar a qualificação profissional da mulher, para que ela alcance sua independência e tenha condições financeiras de sair de uma relação abusiva. A violência doméstica inicia de forma gradual. “Primeiro o cara fala alto, depois ele dá um tapa, depois ele dá um empurrão, depois um soco, depois uma facada e dá um tiro. É preciso combater esse ciclo da violência”, aponta o promotor.

Vivi Reis, ativista pelo movimento feminista, os fatores que amplificam o cenário de violência contra a mulher estão relacionados a questão cultural pautada em uma lógica patriarcal. Essa lógica reforça todas as desigualdades que já estão postas na sociedade em um sistema opressor. Por isso, é fundamental propagar as reflexões sobre os papéis de gêneros na sociedade.

Para jornalista e pesquisadora, Nathália Kahwage, o corpo da mulher é objetificado pelo homem para exercer sua masculinidade. “O estupro ou o feminicídio acaba sendo um exercício, uma operacionalização desse poder, dessa supremacia masculina que ela é operacionalizada dessa forma, exatamente, devido a esses estereótipos, a esse padrão em que os meninos são criados, de que têm que utilizar a força, de que têm de ser agressivos e violentos”.

Os altos índices de violência contra mulheres revelam que toda mulher é uma vítima em potencial. E que a violência contra elas não escolhe classe social, raça ou grau de escolaridade. O feminicídio é a forma mais brutal de violência, porque culmina com a morte da mulher. Para denunciar violências, fazer reclamações sobre os serviços da rede de atendimento à mulher ou para busca orientação sobre os direitos das mulheres, ligue para a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência no número 180. O serviço é gratuito, confidencial e funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Para saber mais sobre Feminicídio: crimes que matam mulheres, ouça na integra a esta edição do UFPA Debate.

Apresentação: Fabrício Queiroz
Produção e roteiro: Glenda Duarte
Gravação e montagem: João Nilo e Felipe Rocha
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz

O UFPA Debate vai ao ar segunda-feira, às 10h e 21h.
Horários alternativos: Quarta-feira, às 19h; e sábado, às 11h.

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