As estratégias e os desafios do processo de ensino aprendizagem de alunos com Autismo e TDAH estão em pauta nesta edição do programa UFPA Ensino. Para discutir o tema, convidamos a psicóloga do Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima (CRIE) Margareth Silva e os representantes do Núcleo de Atendimento Educacional Especializado aos Transtornos Globais do Desenvolvimento (NATEE), a coordenadora pedagógica Maria Conceição Souto e o psicólogo Manoel Sousa Júnior.
A data 18 de junho marca o Dia Mundial do Orgulho Autista. O objetivo é valorizar a neurodiversidade e as características únicas que as pessoas com o Transtorno de Espectro Autista (TEA) apresentam. De acordo com o psicólogo Manuel Souza Júnior quando se pensa em um autista imagina-se um padrão, no entanto, “cada autista apresenta uma característica bem singular o que torna o processo de aprendizagem específico para cada caso”. Estima-se que dois milhões de habitantes no Brasil sejam autistas. Outro transtorno do neurodesenvolvimento muito comum é o Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) caraterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade. Estas características também exigem cuidados especiais no processo de ensino e aprendizagem dos alunos.
O autismo é caracterizado por déficits na linguagem, interação social e no uso da imaginação. Segundo a coordenadora pedagógica Conceição Souto estas características dificultam o processo de aprendizagem de alunos com TEA. No entanto, o TEA também compreende pessoas que são autistas e possuem uma grande capacidade de aprendizagem, até mesmo acima da média. Por isso, é muito importante fazer uma avaliação para poder definir as estratégias de aprendizagem. “Uma das coisas que a gente recomenda em todas as atividades é o suporte visual. Além de recorrer sempre a manipulação de materiais, e a repetição no processo de construção do conhecimento”, orienta a professora.
Além da pedagogia tradicional, o psicólogo Manoel Sousa destaca a necessidade de investir em tecnologia. “Os jogos conseguem ter um desempenho que surpreende a gente, principalmente no computador, especialmente os que estimulam a atenção, a concentração e a memória porque são muito eficientes e eficazes no trabalho com as crianças autistas”.
Sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, a psicóloga Margareth Silva recomenda que os professores evitem distratores, isto é, tudo o que tira a atenção do aluno com TDAH, como sentar próximo a porta ou perto de colegas que o distraem, por exemplo. A psicóloga propõe ainda o uso de metodologias que ajudem o aluno a se organizar. “Promover diariamente uma agenda em que eles possam relatar fatos para a família, e para que eles possam aprender a fazer planejamento”.
Nesta edição do UFPA Ensino, os convidados destacam outras estratégias e compartilham experiências que visam melhorar a educação de alunos com TEA e TDAH. Eles também discutem a importância do diagnóstico precoce, o papel da família, da escola, dos núcleos e centros de atendimento especializados, com foco no CRIEE e no NATEE, entre outras questões.
Ouça o programa e entenda melhor a importância da informação e do conhecimento para evitar o preconceito e a exclusão de alunos com Autismo e TDAH, principalmente, nas escolas.
Apresentação: Fabrício Queiroz
Produção e roteiro: Erlane Santos
Gravação e montagem: João Nilo e Lauro Feio.
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz.
Imagens: Google.
O UFPA Ensino vai ao ar às quartas-feiras, às 10h e 21h.
Horários alternativos: Sexta-feira, às 19h, e sábado, às 21h.