O Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica (PPEB) é a pauta em destaque nesta edição do UFPA Ensino. A jornalista Elissandra Batista conversa com a professora doutora em educação, Amélia Mesquita, coordenadora do PPEB.
Implantado em 2015, pelo Instituto de Ciências da Educação (ICED), atualmente o PPEB é vinculado ao Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Educação Básica (NEB) da UFPA. Com 26 professores permanentes e três colaboradores, o Programa trabalha em três linhas de pesquisa: Currículo da Educação Básica, Gestão e Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Básica, e História da Educação Básica.
De acordo com a coordenadora do Programa, as três linhas de pesquisa focam na discussão a respeito da difusão do conhecimento e das práticas curriculares dentro da escola, além de se conectar com outros objetos de estudo, incluindo pautas sociais e cidadãs. Assim, além de dar visibilidade à discussão da educação básica, voltada ao currículo escolar, o objetivo do PPEB é qualificar os professores do ponto de vista acadêmico, investindo e fortalecendo as pesquisas sobre a educação básica, especialmente na região amazônica.
Ao longo do UFPA Ensino, a professora Amélia Mesquita chama atenção para os desafios enfrentados no processo de construção de um currículo que considere efetivamente o processo de ensino aprendizado dos estudantes. Ela afirma que os itinerários do Novo Ensino Médio, por exemplo, podem afetar de forma negativa a realidade da educação básica. Isso porque a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi aprovada parcialmente no ano de 2017, contando apenas com as diretrizes para a educação infantil e ensino fundamental. Nesse período, o ensino médio ainda estava em reformulação, representando uma quebra com o direito de acesso à uma educação continuada.
Agora, em fase de implantação em todo o Brasil, as novas diretrizes ainda não integralizam o ensino médio com a formação da educação infantil e do ensino fundamental. Além disso, segundo a professora Amélia, a nova base curricular do ensino médio pode gerar consequências negativas tanto à autonomia das instituições de ensino, quanto dos professores, que terão que se adequar a essa nova configuração, incluindo mudanças em carga-horária. Um processo que também deve afetar diretamente a questão do ensino-aprendizado e a formação dos estudantes.
“O primeiro impacto é referente ao fato de que a formação integral do aluno deixa de existir no ensino médio. Assim, o que que vai se oferecer às escolas da periferia? Quais são os itinerários que vão ser disponibilizados para as escolas que estão no campo? Pode acontecer em determinados lugares, por exemplo, que pessoas daquela localidade optem por três possibilidades: cursar o que não quer, não cursar, ou sair da sua cidade para cursar o que realmente quer, em outra localidade. E nós temos aí um problema que passa pelo próprio direito do aluno de acessar a educação a que ele tem direito”, afirma a professora Amélia, sobre o Novo Ensino Médio.
Para entender melhor sobre as problemáticas da educação básica, especialmente na região amazônica, incluindo a questão da evasão escolar na pandemia, a imagem da região Norte na educação e as expectativas de recuperação da escola básica em cenários futuros, não perca esta edição do UFPA Ensino sobre o Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica (PPEB).
O UFPA Ensino vai ao ar toda toda quarta-feira, às 11h, com reprise sexta-feira, às 20h.
Apresentação: Elissandra Batista
Produção e roteiro: Fabrício Queiroz e Giovanna Martini
Gravação e montagem: João Nilo
Supervisão e edição: Elissandra Batista