A educação e o fechamento de escolas do campo

O UFPA Ensino desta semana tem como tema a Educação do Campo. Modalidade de educação que visa garantir cidadania a partir da construção de políticas e práticas educativas sintonizadas com a realidade do meio rural, a educação do campo vem enfrentando um processo de enfraquecimento no Estado Brasileiro, sobretudo por meio do fechamento e da inatividade de um grande número de escolas na área rural em todo o país.

Diante do alerta disparado pela extinção de mais de 1.700 escolas e paralisação de outras 2.000 entre 2014 e 2018, o Fórum Paraense de Educação do Campo vem intensificando sua luta em defesa de uma educação diferenciada, que garanta os direitos fundamentais às populações historicamente invisibilizadas por uma educação urbanocêntrica e homogeneizadora.

Para debater sobre relevância dessa modalidade de ensino e a necessidade de combater a sua precarização, recebemos a doutoranda em Educação e Ciências, professora da Universidade do Estado do Pará e integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia (GEPERUAZ), Zanete Gusmão; e o doutor em Educação, professor do Instituto de Ciências da Educação da Universidade Federal do Pará, coordenador do GEPERUAZ e do Fórum Paraense de Educação do Campo, Salomão Hage.

No programa, os professores esclarecem a importância da implementação e manutenção de políticas e práticas educativas sintonizadas com a realidade do campo, contemplando a diversidade e a sustentabilidade. “A educação no campo é isso: é um movimento que existe no país para lembrar sempre ao povo brasileiro e ao povo internacional, que o campo tem gente, tem cultura, tem projeto de desenvolvimento, de políticas que possam continuar a produção sem acabar com o meio ambiente, sem destruir a natureza, sem a necessidade da produção de agrotóxico que tanto adoece as pessoas”, analisou o professor Salomão Hage.

“Historicamente, ficou claro que o campo foi menosprezado. A educação do campo sempre foi uma educação importada, de fora para dentro do campo. E os movimentos sociais começaram a entender e a lutar por uma educação que garantisse o direito daquelas populações, historicamente deixadas de lado e invisibilizadas, com uma educação que não lhes interessava. A luta agora vai ser por uma educação digna, com qualidade social e realmente preocupada com as vozes do campo”, expôs Zanete Gomes.

Para compreender mais sobre a defesa da Educação do Campo e a relevância dessa modalidade de educação para o acesso à cidadania e existência digna pela população de fora dos territórios urbanos, acompanhe este programa.

Apresentação: Elissandra Batista
Produção e roteiro: Susan Santiago
Gravação e montagem: João Nilo Ferreira
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz
Foto: Reprodução site MST

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