A Caldeirada Comunicação e Cultura 2018, evento do calendário da Faculdade de Comunicação da UFPA, acontece este ano logo após o cenário das eleições no Brasil, com o objetivo de lançar luz sobre o fenômeno político e cultural que se desenvolveu no país, tendo como palco central a arena midiática. Este ano, uma das novidades é que o evento ocorrerá em um dia, mantendo uma programação variada, com espaço para performance, debate e apresentação artística.
A Caldeirada, em sua quarta edição, é uma realização da Faculdade de Comunicação da UFPA, por meio do projeto de extensão Trama Coletiva, e da Produtora Cultural Na Cuia, coletivo independente de alunos e ex-alunos da Facom. O evento conta com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia (Ppgcom/UFPA), por meio de seus projetos de pesquisa COMPOA (Comunicação, Política e Amazônia) e ITA (Interações e Tecnologias na Amazônia), da Pró-reitoria de Extensão (PROEX) e da Produtora Subversiva.
Tema – A ideia é refletir de diferentes formas sobre o tema definido– “Brasil no espelho: no rescaldo das urnas”. O Brasil se vê, neste 2018, diante do imperativo de rever-se a si próprio e à sua história. Para uma das coordenadoras, professora Rosaly Brito, “o cenário das eleições presidenciais que se delineou no país foi um ponto de inflexão importante e decisivo em um processo lento, mas intenso, de corrosão de suas instituições democráticas”. A própria democracia brasileira, segundo ela, foi posta em xeque, “com a onda neofascista que se disseminou em velocidade quase incontrolável.”
Nessa perspectiva, uma questão imperativa é buscar entender que país é esse que saiu das urnas? Na esteira de um processo mundial de ascensão de governos de ultradireita, o país assistiu, nesse período eleitoral, ao predomínio dos espaços virtuais, via redes sociais, que, por meio de fake news, disseminaram a maior onda de mentiras e desinformação já vista no país, em detrimento dos espaços públicos do debate político.
Segundo Rosaly Brito, é difícil precisar, nesse processo, a linha tênue a separar o real da ficção. “Discursos de ódio mobilizaram afetos obscuros, entorpeceram mentes e provocaram atitudes massivas de fanatismo. Evidenciou-se o apagamento da memória da experiência trágica da ditadura do pós-64. Ou, ainda mais inquietante, a identificação com o autoritarismo, que fez com que seu retorno fosse desejado por parcelas massivas da sociedade”, assinala.
Programação – A Caldeirada deste ano terá um formato diferente. Em apenas um dia, tarde e noite, conta com performance artística; mesa redonda formada por pesquisadores convidados e, para fechar a programação, um pocket show musical. De acordo com a professora Rosane Steinbrenner, também da coordenação geral do evento, “a edição 2018 da Caldeirada chega no desassossego das urgências, com uma proposta condensada de juntar, num fim de tarde, o pensar, a palavra, a imagem e a música, como um caldo forte pra ajudar a curar a ressaca eleitoral e contribuir pra gente entender melhor – na dimensão da comunicação que a tudo media e da cultura que a tudo atravessa – os recentes acontecimentos políticos no Brasil”.
16h30 – Performance “Brasil no espelho”. Apresentação da drag Sarita Themonia (Noite Suja), uma das referências paraenses nas montações que utilizam o corpo como forma de protesto e resistência;
17h – Mesa redonda “Comunicação, Política e Cultura: no rescaldo das urnas”. Participam da mesa os jornalistas e professores Ana Lúcia Prado (FACOM/UFPA), Guilherme Guerreiro Neto (UNAMA/ GETTAM/NAEA) e a cientista política Bárbara Lou da Costa Veloso Dias (PPGCP/UFPA).
19h – Show musical. Música, ritmo e resistência. Apresentação do grupo Cobra Venenosa, que vem trazer muito carimbó, com poesia e política para a mistura da Caldeirada.
Serviço:
Caldeirada Comunicação e Cultura
Local: Complexo Vadião – UFPA, Guamá, Belém (PA)
Dia: 13/11
Hora: 16h30
Inscrição: Gratuita, com direito a certificado
Mais informações:facebook.com/
Texto: Divulgação