II Festival de Pássaros e Outros Bichos

O evento será de 21 a 27 de agosto, no Schivasappa, com entrada franca.

Foto: Rafael Silva

No mês do Folclore, que é comemorado no dia 24 de agosto, Belém recebe pela segunda vez um dos eventos mais esperados pelos guardiões de cordões de grupos juninos: o II Festival de Pássaros e Outros Bichos. Neste ano, o festival – que novamente conta com o patrocínio do edital cultural da Caixa Econômica Federal – será no Teatro Margarida Schivasapp (Centur), entre os dias e 21 e 27, sempre a partir das 18 horas. A entrada é franca e todos os espetáculos têm classificação livre, ou seja, é para pessoas de todas as idades. O Mestre homenageado nesta segunda edição é o Francisco Oliveira.
As novidades desse ano são um arraial que venderá produtos de divulgação dos grupos (camisas, DVDs, CDs, livros, entre outros) e novos pássaros juninos como o Pavão – que é de Mosqueiro e estava há três anos sem se apresentar – e a Garça, um grupo criado neste ano a partir de uma oficina de resgate de pássaro junino. A Garça conta com 22 integrantes, nasceu na Jabatiteua, no bairro do Marco e está na expectativa para sua 1º apresentação que será no festival.
“O nosso primeiro festival despertou a vontade de criar novos grupos e esse desejo de muitos retornarem à ativa, apenas não fazendo isso de imediato por causa de dificuldades financeiras. Os ensaios estão a todo o vapor e com certeza o público vai se emocionar e se encantar bastante com o que verá no palco do Schivasapp”, garante a guardiã do Cordão de Pássaro Colibri de Outeiro Laurene Ataide, que é a coordenadora do festival.
A 1° edição do festival foi realizada em 2016 no Teatro Gasômetro e contou com mais de 900 brincantes (em sua maioria crianças e adolescentes). Este ano o número será maior por causa dos dois grupos novos. O público vai se encantar com matutagens; dramas; declamação de poesias; romances; danças regionais e cantigas que resgatam e mesclam histórias da corte imperial, do cotidiano caboclo e indígena, além de inserir personagens das lendas amazônicas e bichos da nossa fauna e flora.
“A escolha do Teatro Margarida Schivasapp é justamente pela expectativa de receber ainda mais pessoas. Na primeira edição do evento faltaram cadeiras por causa da numerosa quantidade gente na plateia, ávida por conhecer um pouco mais do teatro caboclo. Muitos idosos se emocionaram ao reviver as histórias de pássaros e bichos que antes tinham mais visibilidade. O evento teve casa cheia mesmo nos dias de semana”, conta a coordenadora.

Foto: Rafael Silva

O homenageado – O festival terá o nome em memória ao Mestre Francisco Avelino de Oliveira, conhecido como Velho Chico, como era chamado. Ele era marceneiro e fazia trabalhos manuais com ouriço de castanha e madeira. Escritor de peças de teatro para pássaros juninos, Chico têm suas obras encenadas por diversos grupos até hoje. Outra habilidade do homenageado era ser músico. Ele tocava instrumentos sem nunca ter tido uma aula sequer.
Iracema Oliveira, filha de Francisco, hoje é a guardiã do Grupo de Pássaro Tucano. Ela seguiu os passos do pai nas artes desde os sete anos. Todos os oito filhos do Velho Chico participavam das brincadeiras de grupos de pássaros. Ele deixou como legado aos seus filhos a paixão pela cultura popular, onde surgiram desde pastorinha, de sua filha Iraci; o grupo folclórico Frutos do Pará; o grupo de dança Iaça Regional de sua neta Rosa Oliveira; a Associação Cultural Francisco Oliveira, que hoje é o Ponto de Cultura Herança do Velho Chico.

 

Foto: Rafael Silva

A história da Ópera cabocla
O teatro do pássaro ou teatro caboclo como também é conhecido, tem sua origem no Theatro da Paz, quando ainda no rico período da borracha, vinham as grandes óperas europeias para se apresentarem na capital paraense. Para estudiosos e pesquisadores acadêmicos, a população carente viu as óperas e começou a reproduzir, mas do lado de fora do teatro e a partir da sua própria ótica.
Outra explicação para a origem dessa cultura popular é que foi uma readaptação feita por negros alforriados e viúvas que iam para as óperas com o intuito de vigiar as filhas dos senhores da borracha, dentro do teatro. É chamado de ópera cabocla porque os personagens encontrados nas histórias são do universo da corte real, como a rainha, as princesas, os reis, os duques, fadas, mas também estão presentes as figuras dos caboclos, dos índios e diversos personagens das lendas amazônicas.
Ainda não há uma definição do porquê dos pássaros. Historiadores acreditam que seja por causa da riqueza da fauna da nossa região ou de algum espetáculo que tenha trazido algum pássaro para dentro do teatro. A ópera cabocla mescla teatro e a música, feitas a partir do imaginário popular.

 

SERVIÇO:
II Festival de Pássaros e Outros Bichos
Data: De 21 a 27 de agosto
Hora: Sempre a partir das 18 horas
Local: Teatro Margarida Schivasappa – Centur (Av. Gentil Bitencourt, 650 – Batista Campos, Belém – PA)
Entrada franca e classificação livre!
Informações: (91) 9 8861-6467 e 98904-5066.
Para ter acesso à programação completa siga a fanpage: ww.facebook.com/IIFestivaldePassarosEOutrosBichos

Texto e fotos: divulgação.

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