Arqueologia na Amazônia

O Museu Paraense Emílio Goeldi é uma das maiores instituições de pesquisa da Amazônia, produzindo conhecimento em ciências naturais e humanas relacionados à região desde 1866. Para homenagear os 150 anos do Museu, comemorados em outubro de 2016, a Rádio Web UFPA exibiu uma série especial sobre as pesquisas dessa instituição paraense.

A terceira e última edição da série apresenta os estudos do Museu Goeldi na área da Arqueologia, que são realizados desde a sua fundação. Para falar sobre o assunto, recebemos as pesquisadoras Edithe Pereira e Vera Guapindaia e o bolsista Kelton Mendes.

Durante o bate-papo, os convidados falam sobre o histórico de pesquisas em Arqueologia do Museu. “Os estudos em Arqueologia da Amazônia praticamente nascem junto com o Museu, difícil falar de um sem falar do outro”, explica a professora Edithe. Atualmente, a instituição tem duas linhas de pesquisa na área: Arqueologia da Pré-história da Amazônia, que trabalha com a cultura material, a exemplo de cerâmicas e objetos em pedra, e Arqueologia Histórica, que associa esse material a documentos escritos.

Os entrevistados também comentam como se desenvolvem os trabalhos, não apenas em campo, com as escavações, mas também nos laboratórios onde os materiais são catalogados, analisados e restaurados. As pesquisadoras Edithe e Vera falam sobre suas pesquisas, respectivamente sobre arte rupestre no noroeste do Pará e sobre a ocupação na região de Porto Trombetas, sobretudo a partir das cerâmicas. Já Kelton explica que, apesar de graduando em História, se interessou pela Arqueologia para entender sobre os povos do passado que habitaram a Amazônia. Atualmente, o bolsista participa do Programa de Estudos Arqueológicos Carajás, que tem descoberto ocupações cada vez mais antigas.

Outro ponto importante abordado durante o programa foi a difusão do conhecimento produzido para o público em geral. Para os convidados, é importante conhecermos nossas origens. “A gente só preserva aquilo que a gente conhece. Então, é importante ter esses marcos culturais, pra nos entendermos e termos orgulho de quem somos”, lembra a professora Vera.

Ainda em relação à divulgação de conhecimentos, é abordada a educação patrimonial, inclusive para as populações que habitam sítios arqueológicos ou a região próxima. A esse respeito, a professora Edithe ressalta o projeto “Arte rupestre de Monte Alegre – difusão e memória do patrimônio arqueológico”, que envolve a transformação dos dados de pesquisa em aquarelas, filmes, trovas e livros infantis para atingir a população local. “Talvez pra mim esse tenha sido o projeto mais importante, de poder levar pra população em geral o trabalho que foi feito, pra que as pessoas possam visitar uma exposição, ler um livro e saber que aquilo está ali ao lado delas, aos pés delas, literalmente”, conta a professora Edithe.

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