Monitoramento de onças pintadas

O Projeto de Monitoramento de Onças Pintadas, na área de Hydro Paragominas, é o destaque desta edição do UFPA Pesquisa. A jornalista Elissandra Batista conversa com a professora Ana Cristina Mendes de Oliveira, coordenadora da pesquisa, que trabalha com a conservação de mamíferos terrestres.

O trabalho é vinculado ao Laboratório de Ecologia e Zoologia dos Vertebrados do Instituto de Ciências Biológicas – ICB/UFPA, e faz parte do Biodiversity Research Consortium – BRC,  consórcio de biodiversidade que compreende Noruega e Brasil, uma parceria da Universidade de Oslo e da Universidade Federal do Pará. E que envolve também diversos outros estudos realizados por vários pesquisadores da região amazônica.

De acordo com a professora Ana Cristina, no caso do projeto de Monitoramento de Onças Pintadas, o objetivo é avaliar os impactos das ações humanas na biodiversidade. Os pesquisadores atualmente estudam a resposta da fauna à regeneração florestal na região da Hydro Paragominas, área de intensa ação mineradora.

O estudo sobre as onças é desenvolvido na localidade minerada, onde há remanescentes florestais ao redor, além de áreas reflorestadas pela própria empresa de mineração. A ideia é entender como os animais estão ocupando esses espaços e como se adaptam e se movimentam ali, para tentar conscientizar sobre a importância da preservação dessas áreas.

A professora Ana Cristina conta ainda que até 2014, o projeto era voltado para o monitoramento de mamíferos terrestres, supervisionados através de armadilhas fotográficas instaladas pela floresta. Através dessa técnica, os pesquisadores fotografaram muitas onças, o que chamou a atenção dos coordenadores e resultou em um estudo específico para os felinos, já em 2017.

Para monitorar as onças, os pesquisadores instalam armadilhas com um dispositivo chamado “rádio-colares”, feitos de irídio, que funcionam a partir da radiotelemetria. A cada uma hora, o colar envia um sinal via satélite, em tempo real, sinalizando a localização da onça. A professora explica que a supervisão dos animais encerra assim que a bateria do colar acaba, após cerca de 8 meses.

Ao longo do UFPA Pesquisa, Ana Cristina destaca que a preservação da floresta é a condição de permanência da fauna naquela localidade, intensamente explorada ao longo dos anos. Na visão da pesquisadora, “é possível manter a produção, desde que seja feito de uma forma que você possa coexistir com os animais. Para isso, você tem que manter o habitat natural deles, não dá pra você tirar tudo. Você tem que manejar de forma que eles consigam ter um fluxo entre uma paisagem e outra. Tudo isso tem que ser pensado, e é baseado em pesquisas como essa que a gente consegue pensar o que podemos fazer no futuro”.

Para saber mais sobre a importância das onças e da manutenção do habitat da cadeia alimentar e, ainda, sobre as necessidades e características desses felinos, não perca esta edição do UFPA Pesquisa. O Programa vai ao ar na grade de exibição da Rádio, às quintas-feiras, às 11h, com reprise na terça-feira, às 20h.

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