Turismo Gastronômico no Ver-o-Peso

“Turismo Gastronômico no Ver-o-Peso”

UFPA Pesquisa

Rádio Web UFPA

Turismo Gastronômico no Ver-o-Peso é o tema desta edição especial do UFPA Pesquisa em homenagem aos 408 da cidade de Belém. Em destaque está o estudo denominado “Turismo Gastronômico: a Influência Sociocultural da Feira do Ver-o-Peso em Belém do Pará”.

O trabalho, realizado por estudantes da Faculdade de Turismo da UFPA, foi um dos contemplados pelo prêmio Jovem Pesquisador Destaque em Pesquisa Interdisciplinar na Amazônia. A premiação integrou o III Simpósio Internacional Interdisciplinaridade, Sustentabilidade e Desenvolvimento que ocorreu em 2023 durante o encerramento das comemorações pelos 50 anos do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos – NAEA/UFPA.  

No UFPA Pesquisa, a jornalista Elissandra Batista conversa com Jessie Jaques, uma das autoras do projeto, juntamente com as estudantes de Turismo Adriana Rocha, Bruna da Cruz e Anilcecléia. No programa, Jessie destaca que o tradicional mercado do Ver-o-Peso é um símbolo que reúne todos os dias milhares de pessoas, entre turistas, trabalhadores e moradores da capital paraense. E, nesses 408 anos de Belém, nada melhor do que fazer uma imersão pela feira e seus conglomerados que compõem a história e a cultura da cidade.

Nesse sentido, as pesquisadoras buscaram entender a importância do mercado do Ver-o-Peso dentro do conceito de Turismo Gastronômico, que entre diversas possibilidades, trabalha a valorização da cultura local, gerando experiências que proporcionam conexão além dos produtos alimentícios, permitindo a troca de saberes e a valorização do patrimônio.   

“Mais que simplesmente comida, nós queríamos ver como o Ver-o-Peso se encaixava no conceito real de Turismo Gastronômico, que é muito além de ir a um restaurante e encontrar comida típica. Ou seja, é muito mais que marketing. E, assim, queríamos saber se o Ver-o-Peso, realmente, tinha o histórico e a resistência culinária vinda do povo, não apenas na comida, mas na forma que ela é servida e de onde vem seus ingredientes”, explica Jessie.

Além de promover a cultura, a culinária típica e fortalecer a economia, o Ver-o-Peso proporciona aos visitantes a experiência de conhecer os artesanatos marajoaras e, ainda, a sensação de um ventinho no rosto na beira do rio. “O Ver-o-Peso dar uma experiência completa. Você passa do turismo gastronômico por vários outros tipos de turismo. Você tem uma experiência real ali na frente do rio, você sente o vento, você ver pessoas que vieram de diferentes lugares”.

E diante desse cenário de imersão gastronômica e cultural, a pesquisadora destaca, também, os desafios com a expectativa da Conferência do Clima sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que Belém vai sediar em novembro de 2025. “O Ver-o-Peso não é perfeito. Ele tem muitos problemas sociais e, com certeza, vai precisar de segurança extra para que não fique marcado para o mundo todo como um lugar ruim, um lugar que não acolhe bem os turistas”.

No entanto, o espaço, que carrega séculos de resistência, não se define pelas debilidades sociais. Para Jessie “tudo vai precisar ser observado, talvez o local não consiga sozinho receber a COP-30, mas com o investimento dos governos, especialmente em segurança, tudo vai dar certo, porque o Ver-o-Peso é um lugar que chegou até aqui e não vai desistir agora”.

No UFPA Pesquisa, especial pelo aniversário de Belém, você também confere um pouco de história e curiosidades sobre o Ver-o-Peso, em destaque a Feira do Açaí, como um importante ponto de comercialização e abastecimento de cidade, e, ainda, o Ver-o-Peso como principal local de encontro da Academia do Peixe Frito, um movimento literário paraense que discutia a realidade e manifestavas as ideias ao ar livre, entre os anos de 1920 e 1950.

Foto: http://portal.iphan.gov.br/

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