Cametá: a beira do imaginário popular

Aos 95 anos, a aposentada Iolanda Braga relembra o dia em que a erosão derrubou a rua em que morava, na cidade de Cametá, no nordeste paraense: “Eu vinha da missa e entrei. Não tinha sinal nenhum de queda, quando os meninos começaram ‘mamãe, tá caindo a terra’”.

O fenômeno da erosão em Cametá intriga os moradores há décadas e diversos mitos tentam explicar a origem do problema. Algumas dessas narrativas envolvem desde animais gigantes como cobras e tatus, até a maldição de um padre expulso da cidade.

Para registrar, divulgar e ajudar a preservar as narrativas orais relacionadas à queda da orla, estudantes de Jornalismo da UFPA produziram o radiodocumentário “Cametá: a beira do imaginário popular”.

Com relatos, opiniões e memórias de moradores, o trabalho traz ainda entrevistas com pesquisadores para entender tanto a construção do imaginário quanto o fenômeno erosivo.

O radiodocumentário é um dos vencedores do Expocom Norte 2017, realizado no período de 24 a 26 de maio, em Manaus. O produto foi premiado na modalidade Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em Áudio e Rádio, e agora vai concorrer em setembro ao prêmio nacional em Curitiba.

“Cametá: à beira do imaginário popular” tem locução da aluna Erlane Santos, e é resultado da disciplina Estudos de Temas Amazônicos II, da Faculdade de Comunicação da UFPA, com orientação do professor Otacílio Amaral.

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