ConViva Labev é o projeto de extensão em destaque nesta edição do UFPA Comunidade. No programa, a jornalista Elissandra Batista conversa com a professora Maria Cristina dos Santos Costa, coordenadora do projeto, que também é denominado “Entre Macacos, Sapos, Cobras e Lagartos Salvam-se Todos”. O trabalho é vinculado ao Laboratório de Ecologia e Zoologia dos Vertebrados, do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA.
De acordo com Maria Cristina, o ConViva Labev é um projeto de coexistência e conservação dos animais silvestres que habitam pelo campus da UFPA, que fica no bairro do Guamá, em Belém. E o principal objetivo é promover a boa convivência entre a comunidade universitária e os bichos que se encontram pela Universidade.
“O campus UFPA é cheio de natureza, com áreas de várzea e fragmentos florestais que têm contatos com outras instituições como a UFRA, o Museu Emílio Goeldi, a Embrapa e o Parque Estadual do Utinga. E, por isso, a gente tem o encontro aqui na área de muitos animais como jacarés, sucuris, capivara, preguiça, quatis, macacos. E a gente resolveu, então, criar uma rede de colaboradores para ajudar na presevação dessas espécies”, explica Maria Cristina.
A coordenadora do ConViva Labev explica ainda que o projeto surgiu como um desafio, para tentar amenizar os problemas decorrentes dos encontros inusitados entre as pessoas e os animais, como as cobras por exemplo. “Toda vez que você elimina um animal da natureza, um silvestre, você está abrindo espaço pra espécies oportunistas aumentarem a população. Então, o que a gente tem que fazer é preservar. Mas, ao mesmo tempo, esses animais podem ser um perigo para a população que circula no campus, como já aconteceram dois acidentes ofídicos dentro da universidade”.
Para Maria Cristina, além de identificar os pontos de maior risco, o ConViva Labev também pretende contribuir para uma melhor sinalização e iluminação dos ambientes mais propícios ao aparecimento de animais silvestres na UFPA. “Tem muitas serpentes que circulam a noite, então, é preciso deixar os ambientes mais iluminados onde também circulam as pessoas. Quando existe sinalização, as pessoas ficam mais atentas. Então, é extremamente necessário essas sinalizações, um lugar bem iluminado, evitar acúmulo de lixo, de entulhos de obras. Isso também atrai roedores, que atraem serpentes, que atraem outros animais”, declara a professora.
Dentro desse contexto, a principal recomendação do ConViva Labev para quem encontrar um animal sisvestre pelo campus da UFPA é nunca tocar nos bichos. “Você não conhece o animal, o comportamento dele, você não sabe se essa espécie é agressiva ou não. Então, não pegue! A melhor forma de registro é fotografar e nos enviar essa imagem. A gente pode dar todas as orientações de como proceder e até mesmo realizar o resgate do animal”, informa Maria Cristina.
A doutoranda Iara Ramos é uma das colaboradoras do ConViva Labev e ressalta a importância do trabalho. “Projeto ConViva não é somente para que pessoas e animais, a fauna silvestre, convivam. Na realidade, é um projeto que cria redes sociais para convivência com os animais silvestres e, consequentemente, para que a gente conserve a fauna silvestre dentro do campus. Então não é um projeto para os animais da fauna silvestre ou para as pessoas, isoladamente. É um projeto para o ambiente, e nós estamos dentro desse ambiente. Ou seja, é um projeto global que visa atender o homem e a fauna silvestre também. E, por isso, é inovador porque traz pessoas como protagonistas e traz a fauna silvestre como o ponto de união entre as pessoas”.
Para mais informações e detalhes de como colaborar com o projeto ConViva Labev, não perca esta edição do UFPA Comunidade. O programa vai ao ar sempre às sextas-feiras, às 11h, com reprise na segunda, às 20h.
Apresentação: Elissandra Batista
Produção e roteiro: Kelly Pinheiro
Gravação e montagem: João Nilo
Supervisão e edição: Elissandra Batista
Imagem: @conviva.labev no Instagram