Educação e meio ambiente

Educação e meio ambiente é a pauta em destaque nesta edição do UFPA Ensino. No programa a jornalista Elissandra Batista conversa com José Bittencourt da Silva, doutor em Ciências Ambientais, professor do Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Educação Básica e coordenador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Desenvolvimento da Amazônia (GEPEDA).

O meio ambiente é uma temática de interesse para muitas áreas do conhecimento. A educação é uma delas, se dedicando principalmente ao debate sobre a importância da educação ambiental, para além da discussão conservadora que foca na população como a grande responsável pelas cenas de degradação do meio ambiente, que se proliferam, cada vez mais, nas grandes cidades.    

“Nós temos, em Belém, por exemplo, os nossos esgotos sendo entupidos, os nossos canais sendo assoreados, inclusive com aquele famoso sofá. Isso é um símbolo espetaculoso, aliás, que se coloca quando a gente discute questão ambiental: é o sofá que está dentro dos nossos canais assoreando. E aí há uma culpabilidade desse processo em relação à própria população que supostamente é quem promove essa degradação ambiental”, afirma o professor José Bittencourt da Silva.

Para o pesquisador, esses problemas são fenômenos derivados de outros processos que são dados por relações sociais de uma sociedade excludente, que por essência priva determinadas pessoas de terem condições adequadas para se ter uma relação humanamente importante com a natureza que a circunda.

Ainda de acordo com José Bittencourt da Silva, a educação ambiental tradicional  coloca muito nas costas das pessoas a responsabilidade pelos alagamentos e pelo lixo descartado de forma inadequada. E não vê que essa realidade é consequência da falta de políticas públicas nas áreas habitacional, de esgotamento sanitário e recolhimento adequado do lixo, etc.

Assim, o pesquisador explica que a educação ambiental precisa estar presente também nesse contexto, mostrando a necessidade de transformação dos indivíduos, não como indivíduos ecológicos simplesmente, mas como um indivíduos eco políticos que têm direitos.

“E a gente acaba colocando todo nosso esforço naquilo que o professor Felipe Lairap chama de educação ambiental da frivolidade.  O canudinho é uma briga imensa. Há um foco, inclusive da mídia, sobre canudinho de refrigerante, ou o saco plástico que está sendo colocado pra gente trazer os nossos produtos do supermercado. E a gente não discute aquilo que é essencial, o fulcro, que é estrutural na sociedade que nós vivemos, que é educação, que é política pública, que é a forma, a estrutural piramidal da nossa sociedade”, reforçar José Bittencourt da Silva.

Para entender melhor os desafios para se colocar em prática as pedagogias críticas sobre educação e meio ambiente, não perca esta edição do UFPA Ensino. O programa vai ao ar toda quarta-feira, às 11h, com reprise na sexta-feira, às 20h.

Apresentação: Elissandra Batista

Produção: Fabrício Queiroz

Gravação e montagem; João Nilo

Imagem: https://agenciapara.com.br/noticia/33057/

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