A formação e o ensino de História em debate na UFPA

“Congresso Panamazônico de História”

UFPA Entrevista

Rádio Web UFPA

A formação e o ensino de História é o tema em destaque nesta edição do UFPA Entrevista. No programa, a jornalista Elissandra Batista conversa com o professor Erinaldo Cavalcanti. Coordenador do grupo de pesquisa iTemnpo e integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais (GERA/UFPA), o docente está à frente da primeira edição do Congresso da Rede Panamazônica para Formação e o Ensino de História (REPAMFEH).

Criada em 2020, a Rede de pesquisadores tem como finalidade reunir e articular professores, professoras, pesquisadoras e pesquisadores, no âmbito dos países amazônicos (Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa). O principal objetivo é discutir e buscar soluções para a formação e o ensino de História, incluindo abordagens sobre aprendizagem histórica, livro didático, formação docente, cultura escolar, didática da história, memória e tempo presente, saber histórico escolar, história ensinada, saberes docentes, etc.

“O debate sobre o ensino de História como tema de pesquisa, no campo da ciência, é algo que vem se consolidando no Brasil, já temos avançado muito. Temos uma associação específica de professores, pesquisadores sobre o ensino de História. Mas ainda é uma disputa muito grande dentro da ciência para consolidar essa parte, digamos assim, desses objetos de pesquisa sobre o ensino como algo reconhecido, como algo válido, mesmo com todo o crescimento que tem sido muito importante”, relata o professor Erinaldo Cavalcanti.   

Com grandes possibilidades para reforçar e potencializar os estudos entre os pesquisadores do Brasil e dos demais países amazônicos, a REPAMFEH também é um espaço para colocar a história da região no centro dos debates em relação a formação e o ensino de História, que, segundo o professor Erinaldo, ainda tem priorizado, predominantemente, a perspectiva eurocêntrica. Uma realidade que se adequa ao ensino de História tanto nas universidades, quanto nas escolas básicas e nos livros didáticos, onde o tema Amazônia é pouco explorado ou simplesmente inexistente.  

“No levantamento que eu fiz entre as universidades federais, eu faço um esquadrinhamento, metafóricamente falando, de quais disciplinas obrigatórias que 27 universidades, que eu pesquiso, têm oferecido para os futuros professores. E é só as universidades que estão no norte do Brasil, e nem todas, que têm disciplinas obrigatórias específicas para falar da Amazônia. Ou seja, se a gente pegar aqui a distribuição das universidades por região, nós vamos ter em torno de apenas 25% das universidades federais no Brasil, dos cursos de História de seus campi sede, que são esses que eu pesquiso, que têm em suas grades curriculares, pelo menos uma disciplina obrigatória para discutir a Amazônia. E isso é muito sério”, destaca Erinaldo Cavalcanti.

Dessa forma, o professor acredita que a medida em que os pesquisadores da REPAMFEH vão percebendo o quê os colegas em outros estados e países estão pesquisando e discutindo, acabam percebendo também o quê não está sendo feito. “Então um dos objetivos da Rede é que a gente se sensibilize para a importância crucial, importância capilar, que precisamos ter para compreender, dar visibilidade e entender outros relatos a cerca da Amazônia, além do pensamento eurocêntrico”.

Realizado por meio de edital para eventos acadêmicos da FAPESPA, o primeiro Congresso da Rede Panamazônica para Formação e o Ensino de História (REPAMFEH) será realizado entre os próximos dias 26 e 28 de outubro, no Centro de Evento Benedito Nunes, localizado no campus da UFPA, no bairro do Guamá em Belém. Para mais detalhes sobre a programação, não perca esta edição do UFPA Entrevista.

Apresentação: Elissandra Batista

Produção e roteiro: Giovanna Martini

Gravação e montagem: João Nilo e Denize Ramos

Supervisão e edição: Elissandra Batista

O UFPA Entrevista vai ao ar toda segunda-feira, ás 11h, com reprise às quartas-feiras, às 20h.

                                                             

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