Zélia Amador de Deus

Nesta edição do programa UFPA Entrevista, conversamos com Zélia Amador de Deus. A professora emérita da Universidade Federal do Pará aborda a atuação no movimento negro no estado e a importância de combater a discriminação racial na sociedade brasileira.

Zélia Amador de Deus é professora da UFPA desde 1978, onde já ministrou disciplinas como História da Arte, Estética e História e Teoria do Teatro. Mas além da atuação como dramaturga e pesquisadora, ela é uma das figuras emblemáticas dos movimentos sociais do estado, sendo uma das fundadoras do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa).

A pesquisadora conta que sempre foi uma pessoa inconformada com as desigualdades presentes na sociedade brasileira. Por isso, assim que teve a oportunidade, se engajou nas lutas de combate às desconformidades no país e o ativismo passou a ser um aspecto sempre presente na sua vida.

Durante o caminho de resistência, a pesquisadora leva como referência escritores de vertentes africanas e afro-americanas, como “Pele negra, máscara branca”, de Frantz Fanon, que considera de grande necessidade para entender a luta antirracista.

Na entrevista, Zélia Amador de Deus comenta os desafios da trajetória coletiva de combate ao discurso de que no Brasil não há preconceito. “Enquanto houver racismo, não haverá democracia. O racismo é o que está na origem de todas as desigualdades existentes no país”, afirma a professora.

Para a docente, as conquistas e reconhecimentos que obteve até o momento, a exemplo da homenagem internacional por ser referência na luta pela visibilidade negra ou o título de professora emérita da UFPA, devem ser elevados ao coletivo, não somente à sua figura.

“Eu sempre estendo as homenagens para o coletivo. Porque a minha história não é uma história única e singular, é a história de muitos e de muitas, marcados e marcadas pelo estigma do racismo. A vida para mim é sinônimo de luta e luta para mim é sinônimo de vida”, pontua.

Para saber mais sobre a história de Zélia Amador de Deus e a relevância do movimento negro para combater o racismo e a desigualdade, confira a íntegra deste programa.

Apresentação: Elissandra Batista
Produção e roteiro: Isabelly Risuenho e Juliana Bessa
Gravação e montagem: João Nilo Ferreira
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz

O UFPA Entrevista vai ao ar segunda-feira, às 15h; e quarta-feira, às 15h.