Nesta edição do UFPA na Madrugada falamos sobre Coronelismo. Essa prática dominou a política brasileira do final do século XIX até o início do século XX, quando era comandada pelos chamados coronéis. Para falar sobre o assunto, recebemos no estúdio da Rádio Web UFPA, o professor de História Gessandro Vitorino.
O Coronelismo foi marcante no período da República Velha, primeira forma de organização da República. A República Velha foi o regime responsável por substituir a Monarquia, em 1989, e transformar o Estado Brasileiro em uma Nova Ordem. Mas algumas práticas anteriores a este período tiveram continuidade, como o Coronelismo.
No período monárquico, o Estado tinha a necessidade de possuir um aparato militar, mas não tinha recurso suficiente para montar um exército nacional. Assim foi criada a Guarda Nacional. Esta Guarda era financiada pelos grandes proprietários de terras, que utilizavam seus homens como uma força armada. Pelo apoio, eles ganhavam o título honorífico de coronéis. Mas além da força armada, os coronéis adquiriram também papel importante como condutores do sistema eleitoral da República.
A estrutura social rural em que o Brasil se encontrava contribuiu para que o poder político e econômico se concentrasse nas mãos desses grandes proprietários rurais, que exerciam o poder de mando nas localidades influenciando no direcionamento dos votos dos eleitores. Para isso, utilizavam muitas vezes de práticas de violência e coerção para orientar a escolha pelo candidato indicado pelo coronel.
No programa, o professor Gessandro Vitorino explica também outra marca da política na Velha República: a chamada política do Café com Leite. Nesse contexto, o candidato que assumia o poder no país era indicado pelas oligarquias mais influentes da época, localizadas em São Paulo e Minas Gerais.
Após a Revolução de 1930 e a chegada de Getúlio Vargas ao poder, o Coronelismo perde força em diversas regiões do Brasil. Com a mudança da Oligarquia para um modelo mais liberal, surge um novo paradigma. Os centros urbanos passaram a ter mais influência nas decisões políticas.
Apesar de ter perdido força enquanto modelo hegemônico de organização da sociedade, o Coronelismo ainda mantêm raízes e deixou um legado para a história brasileira. Saiba mais sobre as formas de organização, atuação e legado dessa prática para o Brasil no UFPA na Madrugada.
Apresentação: Fabrício Queiroz
Produção e Roteiro: Thaiane Martins
Gravação e montagem: Éder Monteiro