“UFPA Notícias – Centro Amazônico de Herpetologia”
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Nesta edição do UFPA Notícias, a bolsista de jornalismo Lívia Leoni faz um passeio pelo Centro Amazônico de Herpetologia, localizado no município de Benevides, a cerca de 30 km da capital paraense. Para quem gosta de natureza, o local permite aos visitantes o contato direto com animais nem sempre vistos de maneira positiva.
São mais de duas mil espécies, incluindo cobras, lagartos, jacarés e tartarugas. “A ideia é ter um parque interativo e não apenas uma vitrine de répteis que as pessoas podem apenas ver. Mas que as pessoas tenham a oportunidade de interagir com o animal, de tocar, de sentir, de conhecer um pouco da biologia,” ressalta a bióloga Milena Almeida, que integra a coordenação do espaço.
Os bichos são encaminhados para o parque depois de serem resgatados em operações dos órgãos ambientais ou encontrados em perímetro urbano. Assim, apostando no lazer aliado ao conhecimento ambiental, o Centro Amazônico de Herpetologia recebe diariamente visitas pessoais e excussões escolares, previamente agendadas.
Para a estudante Hemmy-Lee Silva, o passeio pelo parque contribuiu para superar o medo de cobras. “Eu estava com medo sim, porque eu tenho extremamente medo de cobra. Mas quando chegou aqui, com todo mundo pegando nos animais, eu vi que realmente elas não vão agredir a gente e é mais fácil se comportar no ambiente em que elas estão”.
Além de ajudar a desmitificar a relação com os animais que precisam ser cada vez mais preservados, o Centro Amazônico de Herpetologia extrai e vende peçonha das espécies Jararaca do Norte e Surucucu Pico de Jaca. Por mês, são cerca de oitocentas extrações de veneno para a produção de fármacos e soros antiofídicos, como explica a bióloga Milena Almeida.
“A gente extrai o veneno manda para Índia, China, Suíça e Japão para a produção de um medicamento. O que vira soro antiofídico é o veneno da Surucucu Pico de Jaca, que a gente doa para o Instituto Vital Brasil, no Rio de Janeiro. E com esse veneno, eles produzem o soro que abastece o Brasil inteiro porque a Surucucu é um animal delicado pra criar em cativeiro e muitas vezes a gente não consegue manter por longos períodos esse animais. Então a gente doa esse veneno e em troca eles doam pra gente o soro para que a gente tenha mantido no nosso espaço”.
O Centro Amazônico de Herpetologia começou a funcionar, em 2014, como mantenedor de fauna. Essa classificação mudou em 2022, depois de uma série de procedimentos para a licença que deu ao espaço o título de zoológico. E para conhecer o parque ambiental as visitas guiadas custam R$ 30.00, por pessoa. Para agendar, basta ligar para o telefone (91) 99100-3349.