A Universidade Federal do Pará suspendeu as atividades acadêmicas e administrativas presenciais em todos os campi de 19 de março até 12 de abril de 2020. A medida tem caráter preventivo e segue as recomendações do Grupo de Trabalho sobre o Novo Coronavírus instalado na UFPA.
Em coletiva de imprensa, o reitor da Universidade, Emmanuel Tourinho, falou que a decisão foi baseada em avaliações do cenário regional e nacional de avanço da doença. “O que motivou a decisão da nossa instituição foi esse aumento acelerado de número de casos no país, a ocorrência dos primeiros casos na região Norte, e o entendimento de que é muito provável que o vírus já esteja circulando em nosso estado, ainda que não tenhamos casos confirmados; e também o entendimento de que a Universidade Federal do Pará deve atuar preventivamente, inclusive se preparar para prestar uma melhor assistência à população ao longo dessa epidemia”, disse o professor que espera que a comunidade acadêmica permaneça em casa e evite aglomerações.
Outras instituições de ensino também determinaram a suspensão de atividades, mas por um período menor. Contudo, na avaliação da professora e infectologista Rita Medeiros, que preside o GT sobre o Novo Coronavírus na UFPA, o prazo maior adotado permite uma análise melhor do cenário de circulação do vírus e dos riscos que ele representa à comunidade.
“Não tem ainda comprovação laboratorial da circulação do vírus, então uma semana não seria suficiente. Se surgir casos amanhã ou depois, essas outras universidades vão rever o seu calendário. Uma semana certamente não é o suficiente. Por isso que a gente já previu, estava entre três semanas e um mês e como há uma projeção de que no Sul e Sudeste os casos aumentem nos próximos dois, três meses, então, provavelmente a gente precise ampliar esse tempo em função do que estaremos vivendo daqui a três semanas”, disse.
Além das aulas de graduação e pós-graduação, e das atividades administrativas, também ficam afetados os serviços como o Restaurante Universitário e a Biblioteca Central. Os projetos de extensão de atendimento à comunidade devem analisar a possibilidade de prosseguir as atividades, caso haja condições de segurança para professores, estudantes e a população.
O funcionamento dos serviços de saúde oferecidos nos hospitais universitários e também de projetos de pesquisa que contribuem para o avanço do conhecimento sobre a pandemia continuam normalmente. O Hospital Barros Barreto, por exemplo, é referência regional na área de infectologia e já está preparado para atender possíveis pacientes, principalmente pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
“O Barros Barreto está preparado, inclusive, com plano de contingenciamento do vírus. Nós temos tudo traçado. Temos fluxograma, temos leitos disponíveis. Não temos ainda nenhum caso confirmado, a partir de que tenha nós então vamos também trabalhar emergencialmente”, afirmou a doutora Regina Feio Barroso, superintendente do Complexo Hospitalar da UFPA.
Mais informações sobre o cenário epidemiológico no Pará e outras orientações para combater a propagação da doença, você encontra no site coronavirus.ufpa.br.