Estomia no contexto amazônico

“UFPA Pesquisa – Estomia no contexto amazônico”

UFPA Pesquisa

Rádio Web UFPA

Estomia no contexto amazônico é a pauta em destaque nesta edição do UFPA Pesquisa. A jornalista Elissandra Batista conversa com a nutricionista Vanessa Lourenço. Professora e pesquisadora da Faculdade de Nutrição da UFPA, ela coordena o projeto de extensão “Assistência Nutricional a Pessoa com Estomia ( ANPES)“, que é uma das atividades do grupo de pesquisa denominado “Estudos em Enfermagem em Estomaterapia da Amazônia (ENFESTA-UFPA)“.

Mas você sabe o que é Estomia? É um procedimento cirúrgico para a eliminação de fezes ou urina por meio de uma bolsa. Podendo ser temporário ou permanente, vários fatores influenciam para a necessidade do procedimento, incluindo traumas abdominais, doenças intestinais inflamatórias e o cancêr no colorretal. 

Embora não seja um assunto muito popular, segundo o Ministério da Saúde, atualmente, existem cerca de 50.000 brasileiros ostomizados, sendo 12 mil novos casos surgindo a cada ano, em todo o País. No Pará, são 1.700 pessoas cadastradas no Serviço de Atenção à Pessoa com Estomia, da Unidade de Referência Especializada (URE), onde o ENFESTA-UFPA atua, em Belém. E para auxiliar ainda mais, o grupo de pesquisa organizou diversos materiais com informações que ajudam pacientes ostomizados, especialmente, aqui na Amazônia.

“O ANPES que é o projeto de extensão “Assistência Nutricional a Pessoa com Estomia” é um braço desse grupo de pesquisa que já fez vários estudos na nossa região que é uma região com algumas especificidades. A gente tem paciente do interior com bolsa, e eles têm dúvidas como se podem ou não pescar, se podem ou não entrar em uma canoa. Todas essas dúvidas são tiradas com a nossa equipe. Então a Universidade tem um papel fundamental nesse processo educativo para minimizar os preconceitos e sanar as dúvidas desses pacientes”, ressalta Vanessa Lourenço. 

Em um dos manuais publicados, os pacientes ostomizados encontram informações sobre os processos de higiene, com ilustrações que ajudam a manusear a bolsa, além de vários cuidados necessários para quem mora nas comunidades ribeirinhas da Amazônia, levando em consideração os hábitos e a cultura da região. Já o segundo manual apresenta os principais alimentos que podem ser consumidos após a cirurgia, como peixes, carne de caça e o açaí. Tudo para desmistificar os tabus alimentares construídos socialmente, no contexto amazônico.

De acordo com Vanessa Lourenço, o trabalho conta com uma equipe multiprofissional voltada para o atendimento dos pacientes que moram em Belém e nas comunidades ribeirinhas. A pesquisadora ressalta, ainda, que é gratificante observar os resultados positivos do projeto, como, por exemplo, as descobertas dos pacientes em relação aos tabus alimentares, e, consequentemente, a melhora no ponto de vista nutricional.  

No UFPA Pesquisa, Vanessa Lourenço destaca também a importância dos profissionais da área de nutrição nesse processo, considerando que a alimentação saudável pode prevenir inflamações no estoma e até mesmo o câncer no colorretal, uma doença com alta prevalência na nossa região. “Alimentos com muita fritura, enlatados, processados, embutidos, tem grande relação com o aumento da prevalência de câncer do trato gastrointestinal. Por isso, a gente orienta que as pessoas aumentem o consumo de frutas, verduras, água, etc. O melhor caminho é o alimento in natura para prevenir qualquer doença e não é diferente com o câncer no colorretal”, informa a pesquisadora.  

Vanessa Lourenço comenta também que foram as especificidades da região amazônica, principalmente do ponto de vista alimentar, que a motivaram a pesquisar sobre os cuidados com a Estomia no contexto amazônico. Para saber mais detalhes sobre os estudos e toda a atuação da equipe com a comunidade, não perca esta edição do UFPA Pesquisa.

Apresentação: Elissandra Batista

Produção e roteiro: Denily Carvallho

Gravação e montagem: João Nilo e Denize Ramos

Supervisão e edição: Elissandra Batista

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