No UFPA Pesquisa dessa semana, falamos sobre um assunto fundamental para a saúde pública do Brasil na atualidade, a epidemia do vírus zika, que tanto tem preocupado população e autoridades, principalmente pela associação com o nascimento de bebês com microcefalia.
Para conversar sobre o tema, recebemos Pedro Vasconcelos, doutor em Medicina e Saúde e diretor do Instituto Evandro Chagas, centro de pesquisa referência nos estudos sobre zika, e Walace Leal, doutor em Ciências Biológicas e coordenador do Laboratório de Neuroprotecão e Neurorregeneracão Experimental da UFPA.
Durante o programa, o doutor Pedro Vasconcelos fala sobre as formas de transmissão do vírus e propostas para combate ao vetor, o Aedes aegypti, como estudos com mosquitos transgênicos. De acordo com ele, a estratégia de impedir a reprodução do inseto em água parada ainda é a única alternativa viável no país, a curto prazo.
O médico comenta também a principal descoberta epidemiológica de sua equipe sobre o zika, de que foi introduzido no país em 2013, durante a Copa das Confederações, e o desenvolvimento de uma vacina, projeto realizado pelo Instituto Evandro Chagas, em parceria com uma universidade do Texas, nos Estados Unidos. Dois tipos de vacinas devem ser produzidas: uma com o vírus atenuado e outra pela técnica de genética reversa, para mulheres gestantes, que não poderão receber a vacina com atenuação.
Também nessa edição do UFPA Pesquisa, o professor e neurocientista Walace Leal explica que pesquisas demonstram que o nexo causal entre o zika e lesões do sistema nervoso, como a microcefalia, já está bem estabelecido. Ele cita como exemplos dois tipos de estudos, in vitro e in vivo. No primeiro caso, já foi observado que o vírus induz a morte das células progenitoras neurais e altera sua capacidade de reprodução. Já nos estudos in vivo com camundongos, a diminuição do tamanho do encéfalo dos roedores e outras alterações do sistema nervoso são diretamente associadas à contaminação pelo zika.