Nesta edição do UFPA Debate, confira uma discussão sobre os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A trajetória da luta de movimentos sociais nessa área, a percepção da sociedade sobre os direitos humanos e o papel das políticas públicas para efetivar essas garantias no Brasil são alguns destaques do programa.
No dia 10 de dezembro de 1948, a Organização Nações Unidas adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos que foi um marco na história mundial devido aos crimes cometidos no período da Segunda Guerra Mundial. Pela primeira vez na história global se admitia que todos os seres humanos mereciam direitos iguais independentemente de sexo, cor, religião, etnia, língua, opinião política ou status social nem qualquer outro tipo de distinção, preservando as liberdades individuais e coletivas.
Em 2018, os direitos humanos completam 70 anos desde sua declaração, que apesar de ser considerada um avanço ainda enfrenta resistências e aplicação conturbada por fatores políticos em diferentes períodos históricos. No Brasil, por exemplo, a ditadura militar foi um período de negligencia aos direitos humanos com prisões arbitrárias, torturas, assassinatos, desrespeito a liberdades individuais e coletivas como o direito de reuniões, além do cenário hostil do autoritarismo do governo brasileiro da época.
A Constituição de 1988 é um marco do reconhecimento dessas garantias no Brasil, mas o país ainda lida com cenários de desigualdade que evidenciam as mazelas construídas historicamente, como o racismo, o machismo e a intolerância. Ao mesmo tempo, muitos defensores dos direitos humanos são assassinados ou sofrem ameaças de morte por contrariar interesses de pessoas e grupos que se favorecem das violações a estes direitos.
Para discutir conosco sobre este tema convidamos Rebecca Souza, assessora civil da ONU Mulheres, feminista descolonial e colunista da revista Azminas. Convidamos também Elza Rodrigues que é jornalista, professora e militante no Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA). Ambas acreditam que uma ferramenta que deveria ser valorizada no combate ao preconceito e na manutenção dos direitos humanos é a democratização da comunicação, já que o monopólio dos grandes meios de prejudica o processo de informação da população.
No programa, as convidadas discutem também as principais ameaças, conquistas e desafios da luta por direitos humanos, em especial na região amazônica. “Eu estive durante dois anos na lista de ameaçados de morte, tive que sair do estado por estar ameaçada de morte. E quando a gente para pra pensar que o Norte, em especial o Pará, desde a morte da irmã Dorothy Stang até o começo de 2018, teve 400 defensores dos direitos humanos assassinados, é um número absurdo…” comentou Rebecca Souza sobre os desafios da proteção aos defensores de direitos humanos na região.
Para entender mais sobre os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos sintonize-se na Rádio Web UFPa.
Apresentação: Fabricio Queiroz
Produção e roteiro: Gabriel Souza
Gravação e montagem: João Nilo e Lauro Feio
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabricio Queiroz
O UFPA Debate vai ao ar segunda-feira, às 10h e 21h.
Horários alternativos: Quarta-feira, às 19h; e sábado, às 11h.