Bioeconomia é o assunto desta edição do programa Sintonia Enem. Quem conversa, por telefone, com a jornalista Elissandra Batista é a professora de geografia Ana Tereza Correia. Ela explica o contexto, a importância e as formas possíveis da Bioeconomia, que exige a produção econômica aliada a preservação da natureza e aos direitos das comunidades tradicionais, incluindo populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas.
De acordo com Ana Tereza, a preocupação com as questões ambientais no planeta começou de fato a ser discutida entre os países, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, em Estocolmo, capital da Suécia. “Essa conferência é um marco porque é o momento em que o debate entre países sobre a questão ambiental entra em pauta. Principalmente, a preocupação mundial com riscos ambientais em decorrência de políticas de industrialização que vinham ocorrendo. Então, a partir daí o mundo começa a pensar como usufruir de recursos sem que se comprometa a vida das gerações futuras. Então os países vão realizando conferências com o foco de estabelecer acordos para que as mudanças sejam feitas e o ambiente seja preservado”.
Nesse contexto, propostas, ações e tecnologias em prol do chamado desenvolvimento sustentável se tornam cada vez mais discutidas e necessárias para a garantia da vida no Planeta. Por isso, os especialistas defendem ser crucial produzir de forma que preserve a diversidade biológica, diminua a quantidade de lixo que vem sendo descartada de forma irregular e afetando drasticamente o ecossistema, além de utilizar os recursos que são esgotáveis sem que se exceda a capacidade de substituição dos mesmos. E tudo isso em prol da diminuição das desigualdades sociais, porque não se pode mais falar de preservação ou de desenvolvimento sustentável sem alinhar a economia com o meio ambiente e com a sociedade.
E é com essa perspectiva de tentar reduzir cada vez mais os impactos da economia sobre o meio ambiente que surge o conceito de Bioeconomia. Assim, a professora Ana Tereza destaca que “quando falamos de Bioeconomia, falamos de uma cadeia de diversos processos, desde a base do produtor rural, incluindo cultivo, processamento, inserção dos produtos na indústria, todos os segmentos e fases da cadeia produtiva. Então a Bioeconomia proporciona uma economia viável, com preservação, com projetos de reflorestamento, preservação de rios, etc.”
Para a professora Ana Tereza, na Amazônia, região rica em biodiversidade, com produtos de alto valor econômico e com mercados internacionais, o conceito de Bioeconomia precisa estar cada vez mais em debate e visibilidade, com o intuito de combater práticas nocivas de produção econômica, incluindo o desmatamento presente na monocultura e na pecuária, além de outros usos da terra que vêm se mostrando desastrosos ao meio ambiente, como o avanço dos garimpos ilegais na Amazônia, por exemplo.
“Precisamos de uma economia de base sustentável, como um mecanismo de afirmar o desenvolvimento da Amazônia e das comunidades locais também. Tendo e preservando a biodiversidade e a riqueza cultural. Lembrando que preservar a natureza de forma isolada não alcança a sua estabilidade, não é efetivo, se a gente não conseguir ter mudanças no âmbito social, mudanças no âmbito de ações econômicas”, reforça a professora Ana Tereza Correia.
Para entender melhor os mecanismos que envolve o conceito de Bioeconomia, não perca esta edição do Sintonia Enem.
Apresentação: Elissandra Batista
Produção e roteiro: Kelly Pinheiro
Gravação e montagem: Denize Ramos
Supervisão: Elissandra Batista
Imagem: reprodução Google
O programa Sintonia Enem vai ao ar diariamente, às 15h.