Clínica Psicológica Virtual

Cuidar da saúde mental é essencial para combater os sentimentos de ansiedade, angústia e desespero gerados principalmente nessa época de pandemia. Nesse contexto de tantas perdas e sofrimento, alunos e professores do projeto Clínica Psicológica Virtual da UFPA oferecem atendimento à comunidade universitária, à população em geral, além de um trabalho especifico para indígenas e quilombolas.

A iniciativa que surgiu durante o processo de isolamento social causado pela Covid-19 é o tema desta edição do programa UFPA Comunidade, em entrevista, por telefone, com o professor Leandro Passarinho, um dos coordenadores do trabalho.

“Nós temos demandas variadas: desde os pais que não souberam conduzir o ensino remoto com os filhos até a pessoa que perdeu o emprego. Os alunos da UFPA sentiram muita ansiedade por causa do cancelamento das aulas. A violência doméstica crescente também trouxe para nós um alerta muito grande em relação a essa epidemia e com isso disparou tanta violência”, relata o professor que destaca também a grande procura pelo serviço, de pessoas idosas.

Para garantir a segurança dos profissionais e pacientes, os atendimentos são agendados e realizados por telefone. “O objetivo de um atendimento psicológico virtual é a estabilização emocional; é dar suporte psicológico para que a pessoa se sinta acolhida e amenizar o seu sofrimento e seus problemas em relação à saúde mental, destaca Leandro Passarinho. O professor ressalta, ainda, que “a pandemia colocou a saúde e o adoecimento mental na vitrine, mas o problema sempre existiu. Acontece que nós temos culturalmente vergonha de falar sobre isso, de procurar ajuda, de encarar e elaborar esse sofrimento”.

Desde 2015, a campanha nacional de prevenção ao suicídio chamada de Setembro Amarelo visa conscientizar a população para esse problema que necessita ainda mais de atenção nesse período de tantos sofrimentos causados pela pandemia. Por isso, Leandro Passarinho reforça que a sociedade precisa estar atenta e sensível ao tema não somente no mês de setembro.

“Temos que pensar que qualquer demanda de sofrimento precisa ser acolhida e precisa ser tratada para que não chegue no sofrimento máximo que é o suicídio. A gente não imagina o quanto essas pessoas lutam consigo mesmas, com seus problemas, com seus sofrimentos, é muita luta para poder encarar o sofrimento de frente. Então, a gente precisa encarar com um olhar mais cuidadoso para qualquer tipo de sofrimento. Não existe sofrimento maior ou menor, é uma válvula de escape que, infelizmente, pode acabar em suicídio”, explica.

Na Clínica Psicológica Virtual da UFPA, os pacientes têm atendimento inicial para estabilização da saúde emocional. Quem precisa de tratamento psicoterápico é encaminhado para as redes de atenção psicossocial já existentes no Pará. Além do atendimento e do tratamento profissional, a saúde mental precisa de muito carinho e afeto.

“Os profissionais que estão, às vezes, na ponta desse apoio, também precisam de um suporte no qual a família, as igrejas, as religiões, os amigos, a rede de afeto que essas pessoas têm e que precisam retomar. A solidão é um perigo porque porque sozinho a gente começa a pensar nas coisas, a elaborar mais sofrimento, começa a perder essa rede afetiva então muitas vezes o nosso encaminhamento é de que procure os seus amigos, ligue para sua família, aquela pessoa que você gostava antes da pandemia, ligue para ela, converse. As pessoas precisam de afeto, de troca afetiva”, afirma Leandro Passarinho.

Os atendimentos da Clínica Psicológica Virtual da UFPA ocorrem de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Para conversar e fazer agendamentos, é só acessar o site https://psicologiavirtual.ufpa.br/ e escolher um dos profissionais disponíveis. Para conhecer e entender mais a importância do projeto, não perca esta edição do UFPA Comunidade!

Apresentação: Elissandra Batista
Produção e roteiro: Victor Lorran
Gravação e montagem: João Nilo Ferreira
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz

O UFPA Comunidade vai ao ar às sextas-feiras, às 10h e 21h.
Horários alternativos: Domingo, às 15h, e terça-feira, às 15h.

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