Experiências de vida e saúde dos indígenas Warao

A pandemia de Covid-19 têm abalado todo o mundo. Com o vírus, surgiram diversos problemas como crises com impactos sociais e econômicos, esse contexto também envolve a ciência que, mesmo em meio a esse contexto, seguiu com a produção de conhecimento dentro das universidades. No UFPA Pesquisa, abordamos uma dessas iniciativas com o projeto de pesquisa Experiências de vida e saúde dos indígenas Warao em Belém do Pará: Considerações Bioantropológicas.

Quem participa do programa, por telefone, é o professor Hilton Pereira da Silva, coordenador do projeto, que é desenvolvido pelo Laboratório de Estudos Bioantropológicos em Saúde e Meio Ambiente (LEBIOS) em parceria com a Fundação Papa João XXIII e a Secretaria Municipal de Saúde de Belém.

Os Warao são uma das maiores etnias da Venezuela e diante da crise humanitária instaurada no país se viram forçados a deixar seu local de origem em busca de melhores condições de vida. Depois de uma longa jornada, que pode durar meses, eles buscam se fixa em cidades como Boa Vista (RR), Manaus (AM) ou Santarém e Belém.

Segundo o professor Hilton Pereira, a situação da saúde é uma das principais necessidades dessa população, já que muitos dos Warao chegam com doenças graves, alguns com quadro de hipertensão, diabetes, ISTs, tuberculose, entre outras.

O projeto Experiências de vida e saúde dos indígenas Warao busca conhecer essa situação, atuar para a melhoria do acompanhamento médico, além 17de propor ações pensando em questões ligadas à inserção social, à escolarização das crianças e até mesmo as dificuldades do povo em aprender uma nova língua.

Essa abordagem parte dos princípios da Bioantropologia, que preza pela integração entre as ciências humanas e sociais com as ciências biomédicas. Nesse sentido, a perspectiva bioantropológica é importante, pois possibilita uma compreensão diferenciada sobre a dinâmica de vida e a realidade social e cultural dos indígenas e outras populações.

“Eu acredito que o olhar da Bioantropologia vem a contribuir, vem a somar para que a gente seja mais sensível em relação às necessidades específicas de cada grupo e isso vai trazer vantagens para eles, que vão ter um atendimento mais próximo da sua necessidade; e é benéfico também no longo prazo porque ajuda as próprias instituições brasileiras, paraenses e de Belém a se tornarem mais sensíveis à multiplicidade da nossa própria população, que também é muito grande”, afirma Hilton Pereira da Silva, que destaca o papel da UFPA, sendo a única instituição a oferecer formação de mestrado e doutorado nesta área.

Ao longo do programa, o professor também conta algumas das medidas para trabalhar com os Warao nesse período de pandemia. “A gente tem tentado garantir a proteção individual para todo mundo que está no campo, da melhor maneira possível. O processo de educação também, não só da equipe do trabalho como dos próprios Warao, juntamente com suas próprias lideranças, para diminuir, na medida do possível, as situações de contágio”, conta o professor.

Para conhecer mais sobre as ações do projeto de pesquisa Experiências de vida e saúde dos indígenas Warao em Belém do Pará: Considerações Bioantropológicas, não perca esta edição do UFPA Pesquisa. Você também pode conferir a participação do professor Hilton Silva na live do projeto Mirante da FACS.

Apresentação: Fabrício Queiroz
Produção e roteiro: Fabrício Queiroz e Áurea Garcia
Gravação e montagem: João Nilo Ferreira
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz
Foto: Funpapa

O UFPA Pesquisa vai ao ar todas as quintas-feiras, às 10h e 21h.
Horários alternativos de exibição: sexta-feira, às 15h / domingo: às 10h

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