Como não morrer do coração no mundo atual

O Coração de Belém: como não morrer do coração e de derrame no mundo atual é o projeto de extensão em destaque nesta edição do UFPA Comunidade. Sobre o trabalho, conversamos com o coordenador do projeto, o cardiologista Eduardo Costa. Contamos também com a presença dos bolsistas e alunos de medicina, Matheus Protássio e Luiz Bonfim, e, ainda, de Jango Vidal, presidente de honra da escola de samba Rancho Não Posso Me Amofiná, localizada no Jurunas, um dos bairros de Belém que já receberam as ações do projeto.

Coordenada pelo professor Dr. Eduardo Costa, a iniciativa surgiu na Faculdade de Medicina da UFPA, ainda como projeto de pesquisa, há cerca de trinta anos, indo em municípios do interior do estado para fazer pesquisas, instruir os moradores e caso necessário, encaminhá-los para tratamento.

O coordenador destaca o cuidado do projeto em levar a informação para todos, mesmo aqueles que, por algum motivo, não puderam estudar. “Para todo mundo fazer parte do projeto, a gente, na véspera, dá uma aula sem texto, apenas com figuras, para analfabeto entender”, comenta o professor.

Ao longo do projeto, os pesquisadores reduziram a necessidade de ambulâncias em cerca de 50% nos municípios que passaram, já que grande parte da necessidade era relacionada à problemas cardíacos. Eles também fizeram interessantes descobertas sobre alimentos regionais e sua relação com a saúde da população.

O professor conta que os peixes da nossa região são mais benéficos para a população do que os peixes de águas profundas e frias que são muito conhecidos por sua utilização na fabricação de alguns remédios. Outro exemplo é o açaí, que pode facilmente substituir as uvas em uma alimentação saudável, “um litro de açaí médio tem trinta e três vezes mais antioxidantes que um litro de vinho tinto francês”, revela o professor.

De acordo com Jango, o lado social é de extrema importância em qualquer projeto que atue em comunidade, trazendo com isso inúmeras melhorias para a população. “Isso é uma maneira de ajudar a comunidade”, afirma. Ele se diz grato pelo projeto da UFPA e relata que a escola de samba busca constantemente realizar ações em parceria com as universidades em prol da qualidade de vida da comunidades.

Para os alunos, a iniciativa é uma excelente chance de praticar seus conhecimentos e ter uma experiência totalmente nova com os pacientes. Segundo Luiz, o projeto contribui diretamente na formação dos estudantes como médicos, “nossa profissão como médico não é apenas cuidar de doenças, mas também é educar para ajudar na prevenção”, destaca.

Para Matheus, é visível o modo como os pacientes entendem sobre saúde e se sentem acolhidos dentro do projeto. Concordando com o colega, ele ressalta, “no contexto atual de corte de recursos, a informação é cada vez mais importante, uma vez que se pode evitar essas doenças e assim evitar custos maiores”.

Após o corte de verbas para a educação em todo o País, o projeto de pesquisa com mais de trinta anos corria o risco de ser totalmente encerrado. A solução encontrada pela equipe foi transformá-lo em um projeto de extensão, restringindo a área de atuação apenas para a região metropolitana. Mesmo assim, segundo o coordenador, os impactos da falta de recursos financeiros ainda estão penalizando a população, “no governo federal atual nós ficamos proibidos de atender pessoas no Barros Barreto, nós não podemos matricular pacientes novos ali”, lamenta.

Para saber mais sobre a história, desafios e descobertas do projeto, como participar, e entender melhor a importância da pesquisa e da extensão da universidade para a população, não perca essa edição do UFPA Comunidade com o projeto “O Coração de Belém: Como não morrer do coração e de derrame no mundo atual”.

Apresentação: Elissandra Batista
Produção e roteiro: Thiago Vasconcellos
Gravação e montagem: João Nilo e Karla Guimarães
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz

O UFPA Comunidade vai ao ar às sextas-feiras, às 10h e 21h.
Horários alternativos: Domingo, às 15h, e terça-feira, às 15h.

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