Centro Histórico de Belém 

Colonização portuguesa, prosperidade do ciclo da borracha, estilo barroco, neoclássico… Os imóveis que compõem o patrimônio material de Belém contam parte da história da formação urbana e das transformações econômicas, sociais e estéticas da cidade. Mas, apesar dessa riqueza, o Centro Histórico de Belém ainda sofre com o descaso e a falta de planejamento.

Atualmente, o Ministério Público Federal acompanha 168 casos de abandono do patrimônio histórico no estado. Em junho de 2016, um incêndio destruiu um casarão onde funcionava uma loja de tecidos na rua Leão XIII, no centro comercial de Belém.

Tais perdas são prejudiciais para áreas como o turismo e o comércio, mas também para a memória e a identidade da população, que vai perdendo as referências de seu passado.

Para discutir perspectivas de melhoria para essa região e a atuação do poder público e da sociedade, o programa UFPA Debate conta com a participação da técnica em arquitetura e urbanismo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Tatiana Borges; do diretor de patrimônio histórico da Fundação Cultural do Município de Belém (FUMBEL), Jorge Pina; e do historiador e ex-presidente da Associação Fotoativa, Michel Pinho.

Para Tatiana Borges, as legislações sobre o patrimônio histórico por si só não garantem a preservação, precisam ser acompanhados de fomento e envolver a sociedade para conscientizá-la sobre a importância de se preservar.

O historiador Michel Pinho acredita que a população tem interesse pela história da Belém e se indigna com o estado de abandono e degradação do patrimônio material. Para ele, falta diálogo e coordenação entre as instituições governamentais e a sociedade começa a perceber que também tem que tomar à frente o processo de revitalização e ocupação.

Já o diretor de patrimônio histórico da FUMBEL Jorge Pina considera que a Lei do Patrimônio Histórico, de 1994, foi um importante passo porque criou diretrizes para atuar na região e freou a especulação imobiliária nos bairros da Campina, Cidade Velha e Reduto. O diretor também diz que está sendo estudado a criação de um IPTU progressivo, para tentar evitar que donos de imóveis tombados o abandonem propositalmente.

No programa, são abordados os principais problemas que os três convidados apontam para a preservação do patrimônio histórico de Belém: a burocracia, as equipes técnicas reduzidas para cuidar do patrimônio, os recursos escassos e a falta de um projeto a longo-prazo para o centro histórico, que não esteja sujeito às mudanças na administração municipal. Saiba mais sobre essa discussão nesta edição do UFPA Debate.

Apresentação: Fabrício Queiroz
Produção: Leonardo Rodrigues
Gravação e Montagem: João Nilo e Éder Monteiro

O programa UFPA Debate vai ao ar todas as segundas-feiras, às 10h e 21h.
Horários alternativos: quarta-feira, 19h / Sábado, 10h.

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