Nesta edição do UFPA Ensino você é convidado a embarcar no tema Educação Ribeirinha. Os convidados são os pesquisadores da UFPA Waldir Abreu, Nilce Pantoja, Maria Auxiliadora Coelho e Maria Francisca Ribeiro.
O professor Waldir Abreu destaca que as políticas educacionais brasileiras quando pensam a educação não tem um olhar do que é o Brasil como um todo. O reflexo desta postura aparece no currículo que é urbanocêntrico, alerta o pesquisador. “Uma política educacional verdadeira não tem que ser preparada para os ribeirinhos, mas tem que ser construída com eles e a partir deles”.
A professora Maria Francisca Ribeiro, que é ribeirinha e atualmente está no doutorado, já deu aula por mais de 20 anos em uma escola às margens dos rios de Abaetetuba. Segundo a pesquisadora, “os povos ribeirinhos possuem uma riqueza muito grande de especificidades, pluralidades, vivências e experiências. No entanto, as práticas escolares subalternizam essas práticas e essas vivências”.
Essa visão é compartilhada também pela pesquisadora Maria Auxiliadora Coelho que desenvolve a pesquisa referente sobre a educação ribeirinha na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. “Ainda que tenhamos uma legislação educacional ampla e que contemple a identidade e peculiaridade da criança ribeirinha, a escola inibe esta identidade”, garante. Outro problema grave é a invisibilidade dos povos.
A professora Nilce do Carmo apresenta a pesquisa que desenvolveu no mestrado: “Um rio no caminho: processos de escolarização de alunos ribeirinhos em contexto escolar urbano”. O trabalho envolveu duas escolas, em Belém, totalizando 118 alunos do ensino fundamental, médio e EJA.
Para saber mais sobre os desafios e possibilidades para Educação Ribeirinha, confira esta edição do UFPA Ensino.
Foto: Eliza Forte / Agência Belém