Nesta edição do UFPA Ensino acompanhe a discussão sobre Metodologias de ensino para alunos surdos. Participam do programa o professor da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Sílvio Santiago. Além do professor de História da SEDUC e estudante do Mestrado Profissional em Ensino de História, Ernesto Padovani Netto; e a tradutora e intérprete de libras e professora substituta da UEPA, Ohana Matias.
A preocupação com a carência da formação inicial de professores em relação ao ensino de alunos surdos motivou o professor Sílvio Santiago a aprender Libras. O despertar para esta necessidade veio a partir do momento em que teve pela primeira vez um aluno com deficiência auditiva, em 2009, em uma escola pública.
Hoje, professor universitário, criou um Grupo de Estudos Surdos e Interfaces, cujo um dos focos é o aspecto religioso. “Eu tenho observado que hoje os surdos eles buscado enveredar por outros ramos religiosos além do cristianismo. E a minha trajetória hoje foca na compreensão de como é que tem se desenvolvido essas territorialidades e os territórios nos espaços sagrados”.
Os interesses e as subjetividades dos alunos surdos, porém nem sempre chamam a atenção dos professores, muitas vezes formadas em um sistema que desvaloriza discussões como educação especial e educação inclusiva. Para Ohana Matias, tradutora/intérprete de Libras e professora substituta da UEPA, muitos professores têm dificuldade em ensinar alunos surdos por não terem tido a disciplina Libras em sua formação ou pela carga horária não ser suficiente. Por isso, muitos alunos de licenciatura a procuram para aprender o conteúdo específico e assim garantir melhor aprendizado para alunos.
“Como eu posso chegar numa graduação de biologia, e ensinar apenas os sinais básicos, como família e frutas? É necessário saber os sinais de célula e membrana, etc”, questiona a professora em relação a carência do ensino de Libras nas licenciaturas.
Para superar esses desafios de comunicação, Padovani Netto criou o canal História em Libras, como produto final de mestrado do profissional na UFPA. “A minha intenção inicial era fazer um material didático mesmo pra distribuir nas escolas, mas eu fiquei pensando na logística disso e no alcance que isso teria. Então, conversando com amigos, porque tem essa questão da interdisciplinaridade, eu precisei de um amigo meu que trabalha com cinema, precisei da Ohana pra construir a proposta do canal”, afirma o professor.
No primeiro vídeo, inicialmente, o canal disponibilizou apenas o conteúdo em libras, depois passou a contar com legenda. A recepção do público também faz parte da pesquisa para a dissertação de Mestrado. Padovani ainda está fazendo o levantamento de dados, mas aponta expectativas de que o canal seja uma ferramenta importante para democratizar a educação para alunos surdos e ouvintes.
Acompanhe as experiências, saiba mais sobre os desafios e as possibilidades de novas metodologias de ensino para alunos surdos neste programa, também disponível como roteiro acessível em formato pdf. Para conferir, clique no link.
Apresentação: Fabrício Queiroz
Produção e roteiro: Erlane Santos
Gravação e montagem: João Nilo Ferreira e Genard Silva
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz
Foto: Carlos Sodré / Agência Pará
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