“UFPA Ensino – Neurociência, Educação e Matemática”
UFPA Ensino
Rádio Web UFPA
Neurociência, Educação e Matemática é o tema em destaque nesta edição do UFPA Ensino. No programa, a jornalista Elissandra Batista conversa sobre mente, cérebro e educação, com o professor Marcos Guilherme Moura, do Laboratório de Neurociências Aplicada ao Ensino de Ciências, Matemática e Linguagem da UFPA (LAB- NEMCi).
De acordo com o professor, o Laboratório tem a missão de investigar temas relacionados a aprendizagem em ciências, matemática e linguagem em uma perpectiva neurobiológica. “Assim, a gente entende a aprendizagem não apenas no sentido cognitivo ou apenas no sentido comportamental, mas tenta integrar isso numa visão inclusive fisiológica. Então, a aprendizagem é vista na perspectiva do Laboratório no sentido comportamental, cognitivo e fisiológico”.
Marcos Guilherme Moura destaca ainda que o objetivo principal do LAB- NEMCi é qualificar a formação dos professores, para que possam compreender melhor os processos relacionados ao cérebro humano. “E por que isso é importante? Porque é curioso a gente pensar que o cérebro é onde acontece o processo de aprendizagem e dele esse professor ou esse futuro professor pouco compreenda. Então, o foco do Laboratório é qualificar a formação dos nossos graduandos e promover um letramento neurocientífico entre os professores para que eles possam compreender melhor como se dá o processo de aprendizagem no cérebro e, naturalmente, construir pesquisas e fazer a integração de ensino, pesquisa e extensão”.
A partir de uma melhor compreensão sobre o funcionamento do cérebro no processo de aprendizagem, a expectativa é elaborar e desenvolver estratégias que contribuam para o avanço de didáticas e metodologias que facilitem o ensino-aprendizado, sem os efeitos neurobiológicos observados no corpo humano, incluindo a ansiedade matemática, que, mesmo não significando distúrbio ou transtorno, é uma dificuldade de aprendizagem de cunho emocional que pode ser investigada a partir dos conhecimentos da neurociência.
Ainda de acordo com Marcos Moura, infelizmente, 60% dos alunos, hoje, segundo as últimas pesquisas, sofrem de ansiedade matemática. Ou seja, existe de fato um pavor ou medo em relação a essa disciplina. “Crianças com ansiedade matemática, geralmente tendem a ter um batimento mais complexo no coração e isso pode ser observado no cérebro, a partir, por exemplo, da amígdala, que está relacionada as nossas emoções, é uma estrutura cerebral muito ligado ao medo. Então, estudos da neurociência mostram que crianças com alta ansiedade matemática que precisam resolver problemas, justamente essa região do cérebro, da amígdala, ela é hiperativada”.
Considerando o quanto a ansiedade matemática impacta decisivamente na vida estudantil, da educação infantil até a pós-graduação, o coordenador do LAB- NEMCi reforça a importância dos estudos na área. “Quando a gente sabe que a matemática está diretamente relacionada ao desenvolvimento da ciência e tecnologia de um país, discutir sobre essa dificuldade de aprendizagem se torna essencial, seja no âmbito da psicologia, que já possui muitos estudos de caráter comportamental em relação a ansiedade matemática, como também em uma perspectiva fisiológica, biológica que aí a neurociência tem seu grau de contribuição”.
No UFPA Ensino sobre Neurociência, Educação e Matemática, você também confere os desafios para o avanço das pesquisas em neurociência na Amazônia, os benefícios da prática de exercícios físicos no desempenho escolar, em especial em relação a matemática. Para que a disciplina não cause transtornos aos estudantes, ainda são necessárias estratégias que superem os estigmas e deixem o aprendizado mais acessível e sem gatilhos para a ansiedade.
Produção e reportagem: Lívia Leoni
Gravação e montagem: Denize Ramos e João Nilo
Apresentação, supervisão e edição: Elissandra Batista