De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo em 2010, de cada quatro mulheres, uma já sofreu violência obstétrica em algum momento da gravidez, parto, pós-parto ou situação de abortamento.
O TransformaDor é tema do UFPA Entrevista dessa semana, que recebe a professora Edna Barreto, coordenadora da iniciativa. No bate-papo, ela esclarece o que é a violência obstétrica.
“Ela se caracteriza pela apropriação do corpo e dos processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais de saúde, através de um trato desumanizado, do abuso de medicalização e da patologização de processos que são naturais. Exemplos claros disso são a episiotomia, a manobra de Kristeller e o descumprimento do direito a acompanhante”, explica.
Mas a pedagoga também alerta para violências mais sutis, como as emocionais. “Na pesquisa da Perseu Abramo, foram frequentes relatos de mulheres que ouviram coisas como ‘Na hora de fazer não chorou’ ou ‘Se continuar esse escândalo eu paro de te atender’. Isso também é violência, num momento de fragilidade da mulher”, completa.
Durante o programa, a professora Edna também conta que o projeto é desenvolvido em mais de uma frente: além das reuniões com as alunas gestantes da UFPA, já vêm sendo realizados, desde maio, encontros com grávidas e seus familiares na Unidade Municipal de Saúde da Pratinha, com o mesmo objetivo de empoderamento contra práticas inadequadas durante gravidez e parto.
Também vêm sendo feitas articulações com órgãos como Ministério Público Federal, Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).
Para saber mais sobre o projeto de extensão TransformaDor – Parir com Amor, Sem Violência, não perca o UFPA Entrevista nos seguintes dias e horários: