A Etnobiologia é uma ciência recente com cerca de 50 anos de atuação e que tem como principal objetivo estudar as relações das populações humanas com a natureza e dos conhecimentos tradicionais dessas comunidades. Um dos parâmetros para o trabalho do etnobiólogo é a Declaração de Belém, documento elaborado em 1988 e revisado em 2018 dando origem à Declaração de Belém +30.
A Etnobiologia ou etnociências tem como característica a interdisciplinaridade ou transdisciplinaridade, promovendo o diálogo entre variados campos do conhecimento, como a linguística, a psicologia, a geografia, a física, a arqueologia, entre outras. Nascida do diálogo das ciências biológicas com as ciências sociais, se desdobra em várias especialidades, como a Etnozoologia, a Etnoecologia e a Etnobotânica.
Para a professora e pesquisadora do Museu Emílio Goeldi, Regina Oliveira a Etnobiologia é “uma ciência que contribui com as políticas públicas, com entendimento e valorização dos conhecimentos tradicionais das populações originais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos). E norteia as atividades relacionadas a preservação da biodiversidade”.
Para isso, a Declaração de Belém e a Declaração de Belém +30 são instrumentos importantes pois é resultado de debates entre diferentes grupos e demonstra a necessidade de se encontrar formas corretas de trabalhar com as populações tradicionais. Alguns princípios fundamentais defendidos são: o respeito aos territórios, a liberdade de gestão e autodeterminação dos modos de vida dos povos e comunidades tradicionais, a valorização dos conhecimentos tradicionais e o direito à consulta prévia, livre e informada.
Nesta edição do UFPA Pesquisa entenda mais sobre a importância desse documento que serve para divulgar a Etnobiologia e nortear os estudiosos no que diz respeito à ética nas pesquisas. Os convidados são Flávio Bezerra de Barros, professor e diretor-geral do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (INEAF), e a pesquisadora Regina Oliveira da Silva, que abordam aspectos sobre a perspectiva das relações homem e natureza, a sociobiodiversidade e a pesquisa etnobiológica na Amazônia.
Os pesquisadores também destacam as proposições da Declaração de Belém +30 a partir do contexto social, político e econômico atual e dos avanços, demandas e desafios apontados por organizações de povos tradicionais do mundo todo. Para conhecer mais da declaração clique aqui e acompanhe esta edição do UFPA Pesquisa.
Apresentação: Fabrício Queiroz
Produção e roteiro: Roberta Pureza
Gravação e montagem: João Nilo Ferreira
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz
Foto: Ádria Reis / Museu Paraense Emílio Goeldi
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Horários alternativos de exibição: sexta-feira, às 15h / domingo: às 10h.