Um tema tão atual e universal como a política, e tão social como a comunicação, partindo do olhar de dentro da Amazônia, não geograficamente restrita, mas em sua pluralidade. É em torno dessas perspectivas que se desenvolve o trabalho do Grupo de Pesquisa Comunicação, Política e Amazônia (Compoa), tema desta edição do UFPA Pesquisa.
O programa reuniu as professoras Danila Cal e Rosaly Brito, ambas líderes do grupo e docentes da Faculdade de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCom); e, ainda, Elias Serêjo, mestre em Comunicação, Linguagens e Cultura e doutorando do PPGCom.
O Compoa surgiu para estudar os fenômenos sociais a partir das interações entre comunicação e política. De acordo com Rosaly Brito, este campo de investigação tem se fortalecido, sobretudo desde a década de 1960 e do processo de redemocratização nos anos 1980. “A eleição para presidente da república depois do golpe de 1964 foi um marco muito grande assinalando um momento de interseção que ali começava a se delinear de forma mais concreta entre a comunicação e a política”, conta a professora, que destaca as contribuições que esse campo tem dado para a compreensão de diversas questões.
Quanto à Amazônia, os pesquisadores explicam que a pesquisa não se refere somente à floresta, mas também à Amazônia urbana e periférica, que convergem para uma região diversa, entendida inclusive no plural como “Amazônias”. “Quando falamos em Amazônia, a nossa ideia não é de uma restrição geográfica, é de um entendimento das Amazônias de forma muito mais complexa. Também entendemos que a nossa pesquisa parte da Amazônia, isso não quer dizer que os nossos objetos de pesquisa estejam restritos geograficamente apenas ao espaço territorial”, diz a professora Danila Cal.
Privilegiar os desprivilegiados também é um dos objetivos das ações do Compoa, que tem se voltado a discutir problemáticas em torno de sujeitos geralmente estigmatizados, como as mulheres e a comunidade LGBTI, cujas reinvindicações tensionam o campo político e comunicacional em busca de reconhecimento. “A partir do momento que a gente pensa dentro do campo da comunicação, atuando também no campo da política, que existem sujeitos que estão aí lutando por emancipação, por reconhecimento, olhamos pra esse sujeito e dizemos ‘precisamos pensar como, no campo da comunicação, se coloca essas demandas, que reinvindicações são essas e como elas são apresentadas’”, explica Elias Serêjo.
Durante o programa, os convidados também tratam da experiência do projeto de pesquisa “Compartilha”, realizado em parceria entre pesquisadores da UFMG, UFPA, Universidade de Bern (Suíça) e Universidade da Carolina do Norte (EUA). Trata-se de uma proposta de intervenção social com adolescentes em escolas públicas de Ensino Médio e que busca discutir e aprender na prática se é possível promover capacidades deliberativas, como o respeito no processo de discussão, a igualdade, a reciprocidade, e o saber ouvir e contra argumentar. Para conhecer mais sobre esse e outros projetos do Compoa, não deixe de ouvir esta edição do UFPA Pesquisa.
Apresentação: Fabrício Queiroz
Produção e roteiro: Jamille Leão
Gravação e montagem: João Nilo Ferreira
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz
O UFPA Pesquisa vai ao ar todas as quintas-feiras, às 10h e 21h.
Horários alternativos de exibição: sexta-feira, às 15h / domingo: às 10h