Manas Digitais é o destaque desta edição do programa UFPA Comunidade. “Todo mundo sabe quem é Mark Zuckerberg, Bill Gates ou Steve Jobs, mas quantas mulheres da computação você já ouviu falar?”. O questionamento é da professora Danielle Couto, que junto à bolsista Ana Portilho e a professora Patrícia Lira nos apresentam o Manas Digitais, projeto de extensão da UFPA.
A iniciativa foi criada em 2018 pelo Laboratório Interdisciplinar em Tecnologias, Educação e Computação, o LITEC, do campus Ananindeua. O objetivo das ações é o empoderamento das jovens de escolas públicas da região, de forma a estimular o ingresso de mulheres na área da computação e outras ciências exatas, ocupando este espaço que é, em sua maioria, tomado por homens.
“Em geral, nos cursos de tecnologia e computação, a gente percebe que o quantitativo de mulheres é muito baixo se comparado a outros cursos”, comenta a bolsista Ana Portilho, que também é estudante de Geoprocessamento na UFPA. De acordo com ela, nas pesquisas realizadas sobre ingresso e egresso de jovens em cursos de exatas, há uma desistência muito grande gerada por diversos motivos, dentre eles a falta de representatividade.
Esse fomento da representatividade é justamente o que o projeto visa, até para além do aspecto de gênero. “Aqueles softwares que te envelhecem, ele também te clareia, já percebeu isso? Então quem fez aquele software não era um negro, pois ele saberia que ao envelhecer ele não ficaria mais branco” ressalta a coordenadora do projeto, Danielle Couto. Por esse motivo, a professora aponta que é necessário trabalhar a diversidade não somente na questão homem-mulher, mas também para que aqueles que ingressem tenham diferentes vivências e características, incrementando a diversidade por trás dos algoritmos.
Para Danielle, o trabalho não atende somente as meninas dessas escolas, mas também os meninos. “Nós não segregamos. A ideia é que os meninos tenham uma ideia melhor sobre o papel da mulher nessas áreas de exatas e respeitem mais”, afirma. Segundo ela, por se tratar de colégios públicos, até mesmo os meninos vêm de uma realidade onde a área da computação é vista como algo inalcançável, “às vezes aquela família acha que, porque o avô foi feirante, o pai é feirante, o filho também será. Eles não conseguem sair daquele ciclo e entender que existe uma gama de oportunidades para aquele jovem”, ressalta.
Segundo a professora Patrícia, o impacto do projeto no cotidiano das estudantes atendidas é visível. “Nós voltamos parte das disciplinas para pesquisas digitais e percebemos que, após o projeto, ao observar a lista de frequência das salas de informática, há mais meninas frequentando o espaço”, declara a professora que atua no colégio Godim Lins, em Ananindeua.
Para conhecer o projeto Manas Digitais, como ele funciona e as futuras ações planejadas para as escolas da região metropolitana, não perca essa edição do UFPA Comunidade!
Apresentação: Fabrício Queiroz
Produção e roteiro: Thiago Vasconcellos
Gravação e montagem: João Nilo e Karla Guimarães
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz
O UFPA Comunidade vai ao ar às sextas-feiras, às 10h e 21h.
Horários alternativos: Domingo, às 15h, e terça-feira, às 15h.