Alfabetização no Contexto Amazônico é o tema desta edição do UFPA Ensino. O programa propõe um debate sobre as particularidades, os desafios e a importância da alfabetização na região amazônica, diante da passagem de mais Dia Mundial da Alfabetização, celebrado pelas Nações Unidas no dia 8 de setembro.
Participam do programa a professora ajunta do Instituto de Educação Matemática e Cientîfica (IEMCI/UFPA) e coordenadora do Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita Flor do Grão-Pará (FALE Grão-Pará), Elizabeth Orofino; a Doutora em Educação e atual diretora do Instituto de Ciências da Educação (Iced/UFPA), Selma Penna; além da Mestre em Planejamento do Desenvolvimento e integrante da equipe do Programa Alfabetização na Idade Certa (Seduc), Lucidea Santos; e o Doutor em Educação, professor do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura e atual vice-reitor da Universidade Federal do Pará, Gilmar Pereira da Silva.
O FALE Grão-Pará promove há três anos uma programação alusiva ao ano internacional da alfabetização. O fórum, que se caracteriza como um movimento instituinte, é ligado nacionalmente à Associação Brasileira de Alfabetização e à Rede Latino-Americana de Formação. Ele reúne a comunidade acadêmica, secretarias estaduais e municipais de educação para discutir e qualificar a atuação na alfabetização no Brasil, especialmente nas especificidades do contexto amazônico.
A professora Elizabeth Orofino, idealizadora do fórum, assinala a importância de debater a questão na atual conjuntura brasileira. “Diante dos grandes desafios que o atual ano nos traz com o plano nacional de alfabetização, precisamos, juntos, pensar a pesquisa, o ensino e a extensão”, expressa.
O professor Gilmar Silva destaca que ações como as promovidas pelo FALE Flor do Grão-Pará promovem uma mobilização e um diálogo dignos de comemoração. “Pra mim, esse evento é um elemento de comemoração e sensibilização sobre esse processo [de alfabetização]. No mundo inteiro há problemas, há governantes conservadores com um comportamento extremamente reacionário em relação à ciência. Então, a gente tem muito o que lutar. A comemoração, no meu modo de ver, é a disposição de luta por uma educação melhor para todos nós”, avalia o vice-reitor.
No programa também vem à tona a atenção para a formação dos futuros alfabetizadores nos bancos da universidade e a atuação deles em um contexto sociocultural tão diverso, como o amazônico. Sobre a experiência no Instituto de Ciências da Educação, a professora Selma Penna avalia que “é extremamente importante essa discussão. O Instituto de Ciências da Educação é um instituto que trabalha com um perfil de profissional que vai ser alfabetizador nas nossas escolas. E a gente, mais do que nunca, precisa ampliar e qualificar essa discussão no nosso contexto amazônico”, analisa a professora, revelando a importância de fomentar discussões que qualifiquem a formação docente, tornando-os aptos a compreender as especificidades do contexto amazônico e trabalha-las adequadamente no processo de alfabetização.
No contexto da atuação dos alfabetizadores, Lucidea Santos, representante da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), apontou algumas medidas adotadas no estado do Pará. “Nas nossas formações nós trabalhamos com esse cuidado: cada lugar tem as suas características, a sua própria forma de comunicação e nós estamos trazendo para uma certa inserção nos signos mais nacionais. Porque cada sujeito aprende de um jeito e ele se apropria da escrita também e da leitura de uma forma, que o professor precisa conhecer para ele parar de pensar em um remédio homogêneo para a heterogeneidade”.
Além disso, os convidados discutem questões relativas às políticas públicas para alfabetização e sua contribuição para o empoderamento e o pleno exercício da cidadania por meio da leitura e da escrita. Para saber mais, ouça na íntegra o UFPA Ensino sobre Alfabetização no Contexto Amazônico.
Apresentação: Elissandra Batista
Produção e roteiro: Susan Santiago
Gravação e montagem: João Nilo Ferreira
Supervisão e edição: Elissandra Batista e Fabrício Queiroz
Foto: Washington Alves / Ministério da Educação
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