O livro “Brinquedo Cantado da Amazônia: lendas, música, teatro, dança, figurino e cenografia” é o destaque desta edição do UFPA Ensino. No programa, as professoras Simei Andrade e Mayrla Ferreira, em conversa com a jornalista Elissandra Batista, contam todos os detalhes sobre a produção do material organizado pela Escola de Teatro e Dança, em parceria com a Faculdade de Dança da UFPA.
Abordando temáticas como as lendas do Boto, Matinta Pereira, Vitória Régia e tantas outras, o Brinquedo Cantado da Amazônia busca valorizar a identidade e a cultura regionais, por meio de toda a ludicidade que envolve a arte-educação.
“A arte é educação. Ela já tem o papel de educação no momento em que transversaliza acessibilidade, o fazer do afeto, traz a expressividade máxima que todos nós temos. E quando a arte desperta no humano esse lugar, ela cumpre o seu papel de formação. O nosso grande desejo com os brinquedos cantados é que as crianças levantem da cadeira, arredem os espaços e transformem o chão da sala de aula em muita dança, música, expressividade cotidiana”, destaca a professora Mayrla Ferreira.
A ideia de produzir o livro começou em meio as pesquisas feitas desde 2011 com professores da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental da rede pública de Belém, que participavam das oficinas artísticas ofertadas pela Escola de Teatro e Dança. Foi quando a professora Simei Andrade percebeu que no repertório musical dos docentes ainda prevalecia as cantigas Ciranda-Cirandinha, Atirei o pau no gato e Sapatinho Branco. E então ela pensou: “Nossa! A gente tem um imaginário muito rico, com tantas coisas importantes e interessantes na Amazônia: lendas, causos, músicas, sabores, cheiros, a floresta, as águas e, com tudo isso, a gente ainda canta esse repertório nas salas de aula?”.
Assim, o Brinquedo Cantado da Amazônia surge como material didático para inspirar professores de todas as áreas a pensarem novas metodologias no processo de ensino aprendizado, valorizando a cultural local. “O livro não é apenas para área artística, qualquer professor da área da ciência, da matemática, da língua portuguesa, pode lançar mão desse trabalho para fazer suas atividades na escola. A gente tem um exemplo disso na escola Rotary, do bairro da Condor, em Belém, que adotou o livro como um recurso didático para todas as disciplinas”, explica Simei.
Com o Brinquedo Cantado da Amazônia, professores, alunos e a sociedade em geral têm em mãos um repertório musical variado, com coreografias, composições, partituras e possibilidades de figurino e cenografia para cada canção e ritmo. Ao todo são 16 músicas que estão disponíveis tanto em CD quanto nas plataformas digitais.
Para a professora Mayrla “foi um prazer escrever dançando, porque a dança foi de uma maneira tão fácil, tão lúdica, que era exatamente essa a ideia: deixar parecer tudo fácil para os leitores. E de uma forma cotidiana porque os gestos que nós colocamos são cotidianos: rodar, saltar, deslizar no chão, girar, brincar, agachar, são coisas de fácil acesso. Não tem nenhuma linguagem técnica que as crianças já não façam no dia a dia delas”.
O Brinquedo Cantado da Amazônia também é um livro de denúncia com repertório sobre a devastação ambiental e as formas como as comunidades tradicionais vêm sendo massacradas, ao longo do tempo. “O nosso trabalho é um trabalho artístico. Mas a gente precisa ter um comprometimento político, também, denunciando as questões sociais que estão nos atingindo”, reforça a professora Simei Andrade.
Para adquirir o material impresso, é necessário mandar um e-mail para a ETDUFPA (etdufpa@gmail.com) ou para Faculdade de Dança (Fadan) (danca@ufpa.br). Mas também é possível acessar o livro gratuitamente em formato e-book, no site https://en.calameo.com/books/005062343420b0a237496. E para saber mais sobre o processo de produção do Brinquedo Cantado da Amazônia não perca esta edição do UFPA Ensino.
Apresentação: Elissandra Batista
Produção e roteiro: Lívia Leoni
Gravação e Montagem: João Nilo e Denize Ramos
Supervisão e edição: Elissandra Batista
Imagem: Livro Brinquedo Cantado da Amazônia
O programa vai ao ar toda quarta-feira, às 11h, com reprises às sextas-feiras, às 20h.